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segunda-feira 23 dezembro 2024
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Leitura de Taubaté – Condessa de Vimieiro e as rachadinhas

Eu não conheci a Condessa de Vimieiro, Maria de Souza Guerra, nem pessoalmente, nem por documentação histórico-familiar. Não sei se é alta, baixa, feia, bonita, chata, intragável ou se tinha um bom coração.
Ela nasceu em Portugal em 1570, ninguém informou se foi parto normal, anormal, fórceps ou por orações do Frei Bolsonaro, um frade desandado da cabeça, que morava com um rato, num canto do castelo. O rato fazia tudo por ele, principalmente sabia pensar.

Essa Condessa de Vimieiro era filha do Pero Lopes de Souza. Era também, por andanças históricas, neta de Martim Afonso de Souza, homem que não se deu bem em São Vicente, Santos, Itanhaém, palavra do tupi guarani que se refere a uma pedra que chora, rasga as suas roupas de calcário, por desgosto pessoal e depressivo.

A Condessa casou-se em 1584, com Francisco Faro, dono de um nariz privilegiado, reconhecido como Senhor de Vimieiro, um lugar que morava umas mil almas. Não encontramos referências sobre a lua de mel. O único documento é um bilhete que afirma que Frei Bolsonaro permaneceu no quarto do casal, orientando as ações e os atos. O referido Frei tinha 16 cursos de prática e treinamento sexual.

Lá pelos anos de 1434, surgiu uma lei chamada Lei Mental, que procurava garantir a defesa, a conservação do poder, sucessão dos bens da coroa. Os filhos do Frei, ninguém sabe a razão jurídica da fuga, disseram que eles ficaram 16 dias em alto mar, pensando que a lei se tratava de problemas mentais visíveis e salientes.

Um dia, não precisamos entrar em detalhes, a Condessa de Vimieiro tornou-se donatária da Capitania de São Vicente. Donatário era um termo criado por Adão no paraíso, que expressava presente a um fidalgo ou aos seus filhos. Fidalgo era um ser nobre, gerado na cama, no palácio. Na época havia muito filho de humanos com cabras, carneiras e eguinhas jeitosas.

Lá pelos anos dos anos de 1836, a Condessa de Vimieiro deu a Jacques Felix, cidadão paulista, caçador de índios, pedras preciosas, ouro e dólar falsificado, permissão para explorar o Vale do Paraíba. Ele andou, prendeu índios, identificou tipos de sapos, cobras, macacos, frutas, e uma mota enferrujada, do descendente do Frei, a marca da moto era “Cai Fora”.

No ano de 1639, tempo de calor, Jacques Feliz recebeu da Condessa a missão de erguer, com terras do solo fértil, a Vila de São Francisco das Chagas de Taubaté, um núcleo irradiador do vale. O trabalho braçal estava em moda na época, Jacques Felix aproveitou o material de construção, erguendo a Casa do Conselho, Cadeia Pública, Igreja, um traçado de arruamento, e projetos de erguimentos de engenhos.

Para não perder o esforço físico, Jacques Feliz prendeu um senhor respeitadíssimo chamado Dória; um garotão de nome Eduardo Leite e o vovô Arthur Virgílio, todos do PSDB, para disputarem entre si, quem vestiria as roupas da época e penetrariam na terra dos Guaianases, para aplicar quatro doses de vacina protetoras das bênçãos dadas por Frei Bolsonaro. Virgílio fugiu pensando que os Guaianases pertenciam à polícia federal. Eduardo Leite, sem motivo aparente, surtou e desmaiou; Dória continuou no mesmo lugar, pensando se penetrava na aldeia ou não.

Taubaté, a cidade, surgiu em meio a essas dificuldades definidoras do seu jeito de ser. A cidade tinha igreja, ruas, cadeia, e um povo. Entre o povo havia como sempre, os pobres e os ricos. Os homens de bem do município, obedecendo às profecias do Frei Messiânico, fizeram um pedido curioso, isto é, solicitaram a vinda de religiosos franciscanos à Taubaté, e, também, a fundação de um convento, com dinheiro doado pelos vereadores, com terrenos doados pelos mesmos vereadores, com escravos para a construção, financiados pelos homens de bem da cidade e pelos políticos, nas terras da Condessa de Vimieiro.

Esse dinheiro, um grande investimento custeou a estabilização econômica dos primeiros homens de bem e políticos prestigiados pela cidade. O frade, amigo do rato, ganhou muito dinheiro, orgasmou por longo tempo ao assistir a dizimação indígena, exatamente como faz nos dias de hoje. Após esse feito comprou duzentas bolinhas de gude; gastando horas do seu dia e noite tentando racha-las, para criar o famoso jogo das rachadinhas.

Prof. Carlos Roberto Rodrigues – professor de Literatura