Hoje, em qualquer parte do mundo, os homens comprometidos com a vida, estão dialogando sobre os problemas ecológicos. A natureza anda meio aborrecida com a atitude de políticos esquecidos do momento da criação do universo. A maioria dos políticos está preocupada com o salário, com o corte de cabelo gratuito, o tratamento das unhas das mãos e dos pés. Muitos pensam na mordomia de se movimentarem em carrões caríssimos, motoristas bem vestidos, secretárias lindas, elegantes. O almoço e os jantares em restaurantes classificados com cinco estrelas, bebidas importadas, quartos de hotéis onde dormiram presidentes, reis, governadores, pastores, acompanhados de lindas mulheres, embora devotas do Santíssimo Sacramento.
Foi numa noite repleta de estrelas no céu, que Francisco de Assis desceu do seu canto, situado em algum planeta incorrupto, para visitar Brasília, uma terra vitimada por comentários maléficos, apresentando-se no auditório de cor ainda não decifrada por cientistas renomados. Nessa noite, o presidente Bolsonaro, seu desgastado ministro Paulo Roberto Nunes Guedes, o Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, um manípulo de Generais, o General Braga Neto com seu rosto desvairado, uma manada de bolsonaristas, o chefe da Funai, trabalhadores da roça, gente simples, deputados e senadores honestos, estavam reunidos para discutirem a catástrofe ecológica que assola a nação.
São Francisco saiu do recinto com os trabalhadores rurais, alguns índios, com os deputados e senadores honestos caminhando em direção às áreas verdes do Palácio Jaburu. Chegando à área verde do Jaburú, reunindo o pessoal que o acompanhava, Francisco de Assis principiou a falar, espalhando suavidade na sede da nação brasileira:
“O homem dos dias atuais, não sabemos o motivo, mudou o discurso que mantinha com a natureza, tratando-a com grossura, violência, e movido pela ideia do lucro fácil. Os poderosos engoliram a solidariedade, a fraternidade em relação ao solo, aos rios, as matas e as florestas. Antes de olhar para a natureza, para o céu e, antes de sentir o cheiro da terra, os políticos deviam ajoelhar no chão nu, sentir a fraternidade penetrar em seus fraquíssimos corpos; olhar a lua e senti-la como irmã; fitar o arvoredo e as plantinhas mais mansas, beijá-las como se fossem irmãs, e chorar para que o irmão sol nasça, no dia seguinte, repleto de amor.
O mundo, meus irmãozinhos, não é uma representação gravada por letras, é uma enorme união entre todas as coisas – o homem, a água, a flor, a verdura, a florzinha, o amor, a paixão e o canto dos pássaros. Essa união entre todos é como a correnteza de um rio, ela não é um aumento do volume de água, é o transbordamento da honestidade, da contenteza, do sorriso que estava preso dentro da nossa boca.
Quando um, entre vocês, encontrar uma florzinha balançando sozinha, numa pequena árvore solitária, pare e sinta a diversidade de folhas, pétalas, pólen, formato, aroma, alegria, movimentos. Aproxime o seu ouvido pertinho dela e ouvirá, com certeza, uma frase: “Sou sua irmã”.
As flores tem inteligência colada ao seu encanto, os trigais tem sua inteligência aderida à sua própria existência e ao desejo de aliviar a fome da humanidade. Os vinhedos adoram os orvalhos das madrugadas, as pedras que apoiam as suas raízes; os campos se estendem além dos pensamentos das cotovias, experimentam o sopro do vento, a dança dos rios marcando os lugares de chegança e os respingos que, para a terra, são os suores da vida.
Ao plantarem uma horta, alisem os cabelos do solo, respeitem as sementes, não sintam que estão trabalhando, mas cuidando de uma criança que está nascendo em algum lugar do mundo. Esse mundo, nosso irmão querido.
Olhem para cada gesto da natureza; percebam todas as criaturas caminhantes do solo, elas, também tem vida e motivo para ser vivida. Percebam a elegância da joaninha; ela conhece os mistérios do ventre aquecido, do adubo necessário. Vocês não são melhores do que essas criaturinhas, são irmãos.
Agora, neste instante, vamos pedir a Deus que abençoe esses homens sábios que estão reunidos para discutirem os problemas ecológicos do mundo, vamos orar da forma mais simples possível, do mesmo jeito que Jesus ensinou e, que na simplicidade, a luz penetre em suas almas. Vamos orar assim:
Meu Deus, pai da natureza!
Proteja a terra, a água, a vida.
Dê esperança à sementeira.
Explique, por favor, a esses sábios,
Que agora não é hora de falatórios!
É o santo momento de agir!
Prof. Carlos R. Rodrigues