Ao povo brasileiro, todos unidos, pode andar por ruas, praças, restaurantes, clubes de dança, universidades, pontos de drogas, shopping, zonas de craque, cantões de fumeiros e, de vez em quando imaginar os acontecimentos que circulam o Planalto Central de Brasília.
Podem, também, entrar na internet, nos canais de televisão, nas emissoras de rádio, ouvir o que quiser, mas tenham o bom senso de distinguir o que é verdade e o que é mentira. Se uma rádio notificar que Bolsonaro encurralou a Dona Michelle no canto do fogão e, cantando a Volta do Boêmio, imitando Nelson Gonçalves, praticou dezoito relações sexuais em pé, por favor, passe a mão em seu cérebro ou no seu bom senso, desconfiando da veracidade desse fato.
Nas salas do poder, num quartel que não precisa exatamente ser quartel, existe uma polícia federal. Essa polícia, não difere, em nada da polícia municipal, estadual, bairrista; ela é formada por profissionais decentes, ruins ou péssimos. Essa polícia, depois de refletir por muito tempo, percebeu que as eleições que se aproximam vão ser uma das mais acirradas dos últimos séculos, num país ainda garotão, que brinca com bola de bexiga, adora pirulito, brinca de esconder-se e adora esfregações sexuais indefinidas. Esse acirramento, na inteligência da polícia federal, ocorre no circulo do jogo de amarelinha entre Jair Bolsonaro e Inácio Lula da Silva, também conhecido como fruto do mar. Ao perceber esse fato, que nenhum brasileiro ainda percebeu, resolveu atrelar a cada candidato uma inédita nota de risco pessoal que passa por uma variação de um a cinco. Estamos, no caso, diante de um processo de avaliação pertencente a um sistema pedagógico, capacidade que infelizmente nenhum agente federal tem conhecimento para fazê-lo.
O absurdo do processo encosta-se numa exigência sem sentido, ou seja, cada candidato deve anunciar as suas agendas quarenta e oito horas antes dos movimentos planejados. No caso de Bolsonaro, tal decisão é impossível, pois o candidato poderá encontrar-se com o Silveira, o meninão bobo e carente, ou participar de uma cavalgada, canoagem, ou transar na casinha de correligionários, como a Cida 100 metros, Leonor Marinhagem ou Maria Rainha dos Palanques.
Segundo a polícia federal, mais de 300 agentes estarão envolvidos em exposições públicas arriscadas. No caso específico de Bolsonaro, não há nenhuma apresentação de risco: O público leva 15 minutos para deduzir se o candidato é louco ou são, 10 minutos deduzindo quantas pessoas o candidato deseja matar além das 670 mil vítimas, 15 minutos falando em família, ele teve três, nenhuma deu certo; meia hora falando de sexo, antecipadamente perdoado por pastores de plantão, 20 minutos falando do descanso de Deus, descanso sem sentido, pois foi ele que fez o mundo em seis dias, Deus apenas assistiu a obra e o processo de construção.
Essas decisões da polícia federal surgem a partir de 2018, na facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira, golpe que desestabilizou o ânus, o raciocínio, despertando a mania de perseguição, a síndrome do pânico, o riso em forma de descarga, daquelas que tem um fiozinho na parede para puxar.
A polícia federal, com o seu QI avantajado centrou fogo na palavra radicalização, um termo que pode ser resumido no sentido de extremismo objetivado, consagrado por uma atitude única. Essa tal radicalização, erroneamente, alega a polícia federal, que a causa está na qualidade dos candidatos, os dois foram ex-presidentes. Assim, no momento que a homologação das chapas ocorrer, a polícia federal pode disparar em marcha acelerada atrás dos dois pretendentes ao cargo.
Já foi notificado que Bolsonaro usou três militares graduados para montar uma máquina de moer reputações de concorrentes. Essa máquina é dirigida por milhares de bolsonaristas, assalariados, que operam os botões atômicos da referida máquina dia e noite.
O povo nesse momento, com os olhos arregalados, brancos, inflacionados, desempregados, “mentirados”, abusados, estuprados, desacreditados, tentam votar ou escolher o menos ruim, o que se afasta um pouquinho do péssimo, do imprudente.
Nesse contexto, Dona Elvira, mulher da roça, faz a sua oração a São Roque, santo de sua devoção: “Meu Deus, se for para o mal, que ele caia sob as patas dos cavalos, durante uma cavalada. Se for para fazer, o que está fazendo escorregue sobre as rodas das motociatas sentindo o gosto do asfalto. Continuando a minha oração, se ele der o famoso riso de orgia mental, que o jet ski exploda em alto mar, e que seu corpo caia sobre o do Silveirinha, abraçadinhos, dois bonitinhos mas sem nenhum pensamento cabível. Meu Deus, no caso dele voltar a falar em família, que se afogue na fábrica de chocolates do seu Flavio, filhinho do coração. Meu Deus, se o Lula for eleito, e não fizer um grande governo, como fez no passado, coloque-o de volta no pau-de-arara e o devolva ao Padim Ciço. E, antes de terminar a minha oração gostaria de ver o seu Bolsonaro nadando num riacho, aqui do sertão, transformado num lindo jacaré.
Obrigado meu Deus”.
Prof. Carlos Roberto Rodrigues