Elvetio Malaquias é médico veterinário afamado. Na sua infância fora amigo do presidente Bolsonaro, companheiro de todas as horas. No falar do médico, o presidente mantinha 10 amores na granja do Coronel Barbosa; Cinco galinhas índias; três carijós; e duas estrangeiras. Assim que as galinhas viam a chegada do menino mandatário, subiam no terceiro pau do galinheiro, levantavam a cauda e, a partir desse ponto o domínio era de Eros, deus do amor e prazer.
Na tarde de Pentecostes, enquanto os sinos badalavam nas igrejinhas, uma pata misodáctilas declarou amor a Bolsonaro. A entrega chegou à cabeça de Julieta, foi uma verdadeira loucura. A pata botou 16 ovos, um deles meio singular, em relação aos outros, parecendo uma lera grega, destacou-se dos outros ovos. Esse ovo torto, fundou no galinheiro, o poleiro do central dos patos e patas.
Aos domingos, dia de descanso, Bolsonaro caminhava pelos postos, campinas, bosques, curtindo a égua do Juvenal da venda, a jumenta do coronel Mourão do açougue e a cabritinha de um pastor chamado Gilmar.
O tempo passou, Afrodite perdeu para Psiqué, a Igreja Católica perdeu Bolsonaro para a Igreja Evangélica, e o Exército Nacional ganhou um soldado desagradável, aborrecível, antipático. Por essa época, rastreando documentos produzidos por vários generais, a instituição que nascia para assegurar a liberdade do cidadão, estava contaminada por soldados homossexuais, existência que não prejudicava o Exército em nada. Bolsonaro viveu esse momento.
Uma repórter, por esse tempo, escreveu como se fosse ele, um artigo para a Veja, criticando o salário dos militares. Escreveu para ele, pois o mandatário, em termos de leitura, era analfabeto. O artigo agitou. Bolsonaro foi preso, chorou por uma semana, foi julgado e jogado para a Reserva. O nosso presidente atual sofre de uma síndrome, isto é, ela sabe que um dia fora jogado fora, como objeto imprestável.
Sentindo-se jogado fora, entrou para a política como vereador, a única lei elaborada pelo fantástico político foi a lei do material reciclável. O artigo primeiro diz: “Se você for jogado fora, como papel amassado, por indisciplina, pode ser reciclado e aproveitado como político”.
O espírito do poeta Vinícius do Morro escreveu:/ A lua no céu, sombreia o rosto do Adad./ O seu rosto é culto, capaz, simpático./Num debate de ideias, mesmo falando do sexo anal das galinhas, poderei ser derrotado.
/ A solução está na capacidade de seduzir o Bisbo / antigo passageiro da nave dos loucos, / E ele me deu uma deliciosa facada!/ Uma verdadeira delícia./
Como presidente, dei uma linda lição ao país, como ser totalmente incapaz de nomear ministros; adorei trocar os presidentes da Petrobrás, cada troca, um prejuízo lindo, bonito, coisa de bilhões.
Adoro expor o mem complexo de cinquenta tons de cinza; adoro ofender jornalista, mas no fundo gostaria de ser amarrado numa cama, com chicotes pendurados nas paredes.
Impedi a produção de vacina, retardei as campanhas de vacinação, tentei ganhar algum dinheirinho na compra de vacina, e matei 600 mil pessoas, sem o mínimo complexo de culpa. Piloto moto, calopo a cavalo, aventuro-me ao mar, adoro o Beto Carreiro, embora já tenha morrido, como ele me arrepiava quando vivo: Ui!
Hoje, quero me abrir com o Brasil; quero pedir ajuda a todos os psicanalistas de plantão, a todos os psicólogos com vaga na agenda. Eu pago pelo apoio dos bolsonaristas, pago pela montagem das FAKE NEWS, sou o cavaleiro negro da falsidade.
O meu problema mais sério encontro na hora de dormir. Primeiro peço a benção dos gostosos pastores Gilmar e Arilton. Fecho os meus olhos, vou saindo do estado de vigília. De repente entra um homem todo de preto, mascarado, barbudo, tendo nos olhos os desejos de libido, vindo em minha direção. Ao seu lado, de seringa na mão, surge um médico dizendo: -“ Sou anestesista, não vai doer nada! Relaxa!”
O quarto escuro minha alma negra, minha cultura zerada, meus filhos: Um é viciado em chocolate; o outro, em amburger; o mais sério, viciado em Fake News, e o que não tem feição de gente normal, vende horários na minha agenda.
Acordo suado, desnorteado, pedindo outra facada e, se possível, um camarão enorme, saindo de mim, sem uma mordedura sequer.
Prof. Carlos Roberto Rodrigues