O nome dele, registrado nos cartórios que atendiam a nobreza, era Pedro Alvares Cabral, classificado como um novo ser pertencente à elite social portuguesa, ou seja, era um fidalgo.
Estudou as primeiras letras ao lado dos meninos de sua geração. A juventude, demorada ou passageira, transcorreu nos antigos quarteis de Portugal, aonde chegou a ser comandante. Não brigou, não deu entrevista à revista “Veja Pelos Cantos”, não foi preso, nem o jogaram para reserva com a patente de capitão. A partir dos 26 anos dedicou-se ao aprendizado da navegação; comandar navios sobre as mãos estendidas dos grandes oceanos.
Há na história portuguesa, como em todas as histórias enfocadas nas dependências desse mundo, um momento em que os feitos abraçam as lendas, os mitos, a imaginação. Dizem, lá pelas bandas do Rio Tejo, que os pais de Cabral descendiam de Carano, primeiro rei da Macedônia, originário direto do semideus conhecido como Hércules.
Pesquisando os documentos de sua época, de sua vida, dos seus amores, da sua fé, estamos diante de um homem educado, inteligente, generoso, vaidoso e, como todo fidalgo acreditava que somente a cultura, o saber, a consciência, conquistam amigos e inimigos; principalmente os inimigos conhecidos ou ocultos.
Em 09/03/1500, ao aproximar-se do meio dia, Cabral zarpou de Lisboa, diante dos olhares de milhares de pessoas comandando nove naus, três caravelas e uma naveta carregada de mantimentos e, banhados pela esperança, o medo, uma tripulação composta por 1500 homens.
Os comentários rodaram o madeirame do cais do porto, chegaram aos armazéns, ruas, praças, escolas, igrejas e as manufaturas, todos acreditavam que o navegador português partira a caminho das Índias, buscando, além dos sonhos bem sonhados, ouro, pedras preciosas, especiarias, frutas sofisticadas, peixes de escamas coloridas, como as aves que sobrevoam as margens deixadas pelo sol.
No dia 23/03, claridade lançada pelas bocas de um oceano raivoso, um mar saltando os mastros dos navios, uma das naus de Cabral naufragou nas costas da África. O ruído forte, som de madeira partida pela força da maresia; 150 homens morrendo sem pensar no retorno para casa, para os filhos e distanciamento dos lábios da mulher amada. Os corpos navegaram sobre as ondas do mar; os pensamentos, as memórias, as paixões foram carregadas ao fundo do oceano sobre os braços das ninfas ou de Iemanjá, no entanto, todos participaram da vida dentro de um livro de história.
No dia 22/04/1500, o marinheiro que estava de plantão no caralho, uma pequena cesta que se instala nos mastros dos navios, caravelas, gritou uma frase que marcou o corpo de próprio vento: “Terra à vista! Terra à vista!”. O peito de Pedro Alvares Cabral tornou-se pequeno para o seu coração; o seus olhos gotejaram orvalhos respingados pela madrugada e, dentro de sua retina desenharam um monte, uma espécie de montanha. A madrugada vinha longe, vinha do risco do horizonte, trazendo imagem da páscoa portuguesa, sinos vibrando dentro das igrejinhas e grandes santuários. O navegador não pensou duas vezes, batizou sua visão de Monte Pacoal, com os seus 536 metros de altura, e ambos anunciaram ao mundo o nascimento de uma nova terra, de um novo continente chamado Brasil.
No navio de Cabral havia 13 franciscanos, fazendo parte da tripulação, os passos de Francisco de Assis pisaram a areia da praia, colherem folhas das árvores, flores belas e sem ganância, celebraram a primeira missa e Francisco de Assis assinou a certidão de nascimento do Brasil, terra criança, linda, necessitada de carinho, atenção, honestidade e equilíbrio, inteligência, trabalho e um pouco de veneração. Conta a lenda que havia na frota um franciscano com cheiro de profeta, de certezas que antecedem os gritos despojados dos colonizadores e aventureiros. Ele ocultou-se atrás de um tronco de Pau-Brasil e usando uma folha de bananeira roxa, escreveu: “Essa terra possui um mistério que tenta revelar sua grandiosidade. Ela tem a força de Deus, do cosmo, para crescer, desenvolver-se, tornar-se uma grande nação. Essa terra desconhecida terá um grande desencanto quando, em seu solo surgir um governo completamente incapaz, nascido da obscuridade”.
Esse governo incapaz trará em sua pele alguns sinais inconfundíveis, ou seja, adorará leite condensado; em seu governo gastará 15 milhões em latinhas de leite moça; questionado por um jornalista o porquê de tanto leite ele responderá, para “enfiar no seu rabo”. Esse homem chegará ao governo devido a uma facada e, nas horas de folga fará um dicionário do presidente Bolsonaro, este será o seu nome. O dicionário não terá ordem alfabética, pois o mesmo não tem capacidade para entender o abecedário, mas as palavras serão registradas de acordo com sua inteligência, gosto, vocação: Filho da puta, Porra porra porra, Caralho, Bicha, Puta que pariu, Vai tomar no ku, rabo, bosta, bunda, estupro.
O frade profeta falou a Cabral o que ele viu no futuro da terra descoberta com tanto sacrifício. Cabral não chorou, mas no dia 02/05/1500 retomou o caminho das Índias, do alto mar, apoiado no leme olhou para o Brasil pela última vez, e com a força do seu coração pediu a Deus que não permitisse que Bolsonaro destruísse a nova terra que, para os franciscanos era o paraíso criado por Deus, mas Bolsonaro, enquanto isso, sentou-se no vaso sanitário, usou toda sua força de atleta, e as latas de leite moça caíram no sanitário e, graça ao bom Deus a descarga os carregou para a ONU, Tribunal de HAIA, Tribunal Internacional de Crimes conta uma Nação e contra a Humanidade. Não é fácil para um franciscano, mas o jovem de Assis sorriu, sabendo que toda calamidade e aberração tem um fim justo, designado por Deus.
Prof. Carlos Roberto Rodrigues