A rinite alérgica é uma doença inflamatória crônica do nariz que afeta de 10% a 25% da população mundial. Nos meses mais frios do ano os episódios são ainda mais comuns, devido à presença de elementos alergenos no ar – como pólen e poeira. Os sintomas mais frequentes são coceiras no nariz, olhos e garganta, espirros e congestão nasal, que podem reduzir a qualidade de vida de pessoas de todas as idades.
Como ocorre com as demais alergias, a rinite também é uma reação imunológica a elementos estranhos ao organismo que, neste caso, entram pelo nariz. Mas o problema também pode ser causado pelo Staphylococcus aureus, uma das bactérias que mais causam infecções em seres humanos, responsável ainda por sinusite crônica, alergias respiratórias e asma, entre outros problemas.
Embora geralmente seja tratada com anti-histamínicos (antialérgicos), descongestionantes nasais e corticosteroides, pesquisas recentes indicam que os probióticos poderiam ser uma opção interessante para prevenir a rinite alérgica. E, para entender se os probióticos realmente poderiam ajudar no controle deste tipo de problema, pesquisadores do Departamento de Microbiologia da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da Universidade de Muhammadiyah Yogyakarta, na Indonésia, desenvolveram um estudo em parceria com a Yakult.
O experimento envolveu 42 estudantes de Medicina da Universidade de Yogyakarta com históricos de rinite alérgica. Depois de coletarem materiais da mucosa nasal para análise microbiológica do Staphylococcus aureus, os cientistas solicitaram que os voluntários ingerissem leite fermentado contendo o probiótico Lactobacillus casei Shirota – exclusivo da Yakult – durante um mês e, após este período, novas amostras foram coletadas.
Os resultados demonstraram que a suplementação com o probiótico Lactobacillus casei Shirota reduziu a presença de Staphylococcus aureus nas amostras nasais dos estudantes com rinite alérgica. Além disso, o probiótico também aumentou a capacidade da resposta imunológica dos voluntários. O estudo foi publicado no Knowledge Life Sciences – Volume 2 (2015) 124 – 128.
PROBIÓTICOS
Os probióticos são, na sua maioria, bactérias láticas e devem necessariamente sobreviver aos sucos digestivos e colonizar o intestino, onde atuam, mesmo que temporariamente. Os probióticos liberam ácidos, como o lático e o acético, que têm a capacidade de melhorar a atividade intestinal, facilitando a digestão, absorção de nutrientes e eliminação de toxinas. Inúmeras pesquisas já comprovaram que os microrganismos probióticos inibem as bactérias patogênicas e ajudam a prevenir infecções.
O uso dos probióticos altera positivamente a composição da microbiota intestinal em certos grupos, como bebês prematuros, pacientes com diarreia, crianças medicadas com antibióticos, pacientes com gastroenterites virais e algumas doenças atópicas, e são úteis não somente pelas suas propriedades, mas também pelo fato de serem agentes de interação com a mucosa intestinal.