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terça-feira 24 dezembro 2024
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Jubileu 300 Anos Nossa Senhora Aparecida – Somos todos iguais

Iniciaremos uma jornada em uma trilha sensível que irá nos levar a uma experiência religiosa no Santuário Mariano. A cada sábado esta coluna oferecerá, passo a passo, a construção da contemplação dos símbolos e sinais presentes em Aparecida para que, nesta festa do jubileu comemorativo dos 300 anos, você possa lançar um olhar de admiração e ter a alma tocada pelo sagrado.
O silêncio será seu companheiro neste exercício místico. Medite em cada detalhe, ajustando seu foco e dedicando um tempo para se emocionar neste descortinar de informações. Neste primeiro momento, apodere-se do presente. Comece a partir do disco de metal que existe no chão da praça diante da Casa de Nossa Senhora. Nele estão os nomes dos apóstolos e sua localização .
Ao se colocar olhando para o santuário, observe as imagens dos apóstolos guardando as arcadas e o Centro de Apoio ao Romeiro às suas costas. Aí está o eixo entre o sagrado e o profano do qual falei na edição da semana passada.
Preste atenção! Esse passo é importante. Agora, simplesmente observe as pessoas se movimentando nesta praça. Indo e vindo. Abra sua mente e perceba que esta praça é o próprio mundo onde nos movimentamos. Idas e vindas em uma diversidade de intenções, estágios de vida e condições sociais em verdadeiro ecumenismo.
Neste espaço somos todos iguais. Temos o livre arbítrio para nos movimentarmos em todas as direções. Estamos no mundo diante do sagrado, independente de crença, descendência ou até mesmo do quanto possuímos em nossos bolsos ou corações. Deus está ali para todos, com todos e em todos. Permita que essa ideia de que, embora existam tantas diferenças nas condições que explicitam a individualidade de cada ser humano presente, somos todos iguais em essência divina.
Estamos todos realizando a grande jornada da vida. Todos nós temos nossas dores, medos, anseios e características. Somos todos seres humanos, filhos de Deus e irmãos nesta humanidade que necessita não só ser percebida, mas também sentida e desenvolvida.
Neste momento, após observar as pessoas e notar esta igualdade, comece a observar algumas pessoas e diga em sua mente: “Eu sou um outro você!”. Vá repetindo, calmamente, e olhando até que este sentimento de pertencer a esta humanidade em igualdade invada seu ser. Assim como a questão da existência da dualidade entre o sagrado e o profano, o sentir a existência de unidade e coletividade irá permear os próximos passos.
Somos a unidade dos tijolos expostos nas paredes do santuário, compondo a totalidade da obra onde a argamassa deve ser o amor. Temos funções diferentes nesta edificação. Uns tijolos são o alicerce, enquanto outros sustentam os telhados, mas todos nós somos importantes uns para os outros.
Seguindo juntos, o caminho fica mais fácil. Unidos em Deus, despertamos para a igualdade entre os povos. Na Casa de Maria somos todos irmãos. De posse deste sentimento, você estará pronto para dar o segundo passo diante dos mercurianos que guardam a praça. Medite durante esta semana: Eu sou um outro você!

 

Por Cláudio Mariotto

12/08/2017