Referido como O Cananeu, de acordo com o Livro de Mateus, e como O Zelote, no Livro de Lucas, ambas as palavras significam “o zeloso”, e assim a primeira personificação solar está logo após a saída da Capela do Batismo. Quero recordar que aqui estamos em uma trilha sensível que irá nos conduzir a uma experiência espiritual ao percorrermos uma jornada simbólica.
Em primeira ideia, a imagem de Simão segura um serrote quase da sua altura, relembrando o martírio de ter sido serrado ao meio, de acordo com algumas fontes. Mas não estamos abraçados a esta ideia. Não nesta trilha sensível. A imagem que temos neste primeiro passo, após o renascimento pelo batismo, nos fala da presença divina de Deus na história da evolução da alma humana.
O contato com o símbolo é muito importante para que a trilha sensível seja revelada passo a passo. Sentir este processo é fundamental, pois ele levará todos a uma vivência religiosa tão marcante que, certamente, nunca mais sairá de nossas mentes, imprimindo em ouro e fogo a presença Deus em nossos corações.
Coloque-se diante de Simão em uma posição na qual perceba que ele está olhando para você. Ali está o primeiro livro desta arcada de apóstolos. Não se trata apenas da evangelização, mas também das leis presentes no caminho da iluminação. Entenda que a presença altiva deste mercuriano tocado pelo sol declara ao caminhante que Deus estará sempre presente no caminho, e que existem leis naturais que regulam a jornada em expressão de ação e reação. Renascido em Cristo, o primeiro livro também declara a condição da memória e do desenvolvimento de uma biografia, escrita por cada um de nós, adquirindo experiências que serão passadas adiante.
Assim a humanidade evolui, desenvolvendo conhecimentos, compartilhando experiências, amadurecendo as gerações futuras. O amor maior ensinado por Jesus irá se desdobrar em cada passo dado, no caminho da redenção. Receba neste momento o primeiro raio de sol: “Você veio ao mundo para aprender a amar.” A luz que nos trouxe para esta caminhada já nos amava antes de iniciarmos esta jornada. Renascemos nas águas do batismo em circunstância oferecida pelo amor. Somos banhados em perdão profundo por amor e acompanhados em nossa jornada também com amor.
Observe, então, o serrote e tenha a curiosidade de contar o número de dentes. Transforme o símbolo da agonia em triângulos de um sol que foi aberto e colocado em linha descendente, a partir do cabo da balança da lei, que desce do alto até o chão dos homens. A linha oposta é totalmente reta, como devem ser a atitude e o caráter nesta vida. A mão de Simão é a própria ação de Deus, presente na manifestação da oportunidade de se estar vivo e colocado em movimento.
Alguns estudiosos também associam o lado dentado do serrote à própria descida do raio sagrado. Recorra a uma pesquisa mais detalhada e se envolva com os significados do raio, do sol nascente e raiado, até mesmo do zigue-zague, também presente no desenho das pirâmides americanas.
Nesta etapa receba deste conjunto de símbolos o impulso inicial. Nele estão todos os potenciais que poderão ser desenvolvidos. O serrote também conta a história da transformação da madeira em habitações, objetos de uso no início da civilização até os dias de hoje. Representa a mente humana desenvolvendo ofícios que são passados de geração a geração. Saímos das cavernas e construímos moradias transformando a natureza, assim a civilização foi surgindo. Os seres se ajudando mutuamente.
Simão personifica o primeiro passo na arcada: “Vá! Aprenda a amar! Ame ao próximo como a ti mesmo! Você não é sozinho no mundo! Compartilhe! Deus é em você!”
Por Cláudio Mariotto – Terapeuta
16/09/2017