Viajar mais de 14 mil quilômetros e morar em um país com cultura e língua diferentes por seis anos. Já pensou nessa possibilidade? Leopoldo Augusto Nascimento dos Santos, estudante de Taubaté, não só pensou como está de malas prontas para a nova aventura. Ao lado de outros 28 brasileiros, o estudante embarca com destino à Rússia no próximo dia 27 de setembro para realizar o sonho de estudar medicina.
Aos 27 anos, não é a primeira vez que ele ingressa em uma universidade. “É a minha terceira graduação. Já conclui Computação e Psicologia, além de uma pós em Administração”, conta. Mas nenhuma das experiências anteriores foi tão impactante quanto a que o aguarda no país europeu. O destino final de Leopoldo é a Universidade Médica Estatal de Kursk, líder no ensino em língua inglesa. “Comparei a grade de lá com a da universidade da minha cidade e achei mais organizada, com uma amarração melhor de assuntos”, explica.
Qualidade e excelência
No total, mais de 100 médicos brasileiros já se graduaram pela Instituição e agora atuam em hospitais e clínicas nos quatro cantos do país. Outros 500 estudam atualmente medicina em inglês na Universidade Médica Estatal de Kursk. Todos os alunos embarcaram com o suporte da Aliança Russa, representante oficial das universidades russas no Brasil. A agência é a responsável pelo processo seletivo e por todos os trâmites para que o aspirante a médico conquiste a tão sonhada vaga em medicina.
Para estudar na Rússia, o aluno precisa desembolsar US$ 3.100 por semestre, valor que inclui seguro médico e moradia universitária. No total, o custo de vida fica em aproximadamente R$ 600 mensais. O curso de medicina na Universidade Médica Estatal de Kursk tem carga horária superior a 11400 horas, maior do que no Brasil, e é todo lecionado em inglês.
Sistema de ensino
Os alunos que desejam cursar a universidade em Kursk devem estar atentos ao formato do ensino. Bastante diferente do Brasil, a carga horária é muito mais puxada e a metodologia de avaliação tem outro formato. Por lá, os alunos não podem ter faltas ou carregar matérias não concluídas para os próximos semestres.
O sistema de notas vai de 0 à 5, sendo 3 a nota minimamente satisfatória. O estudante que não obtiver o aproveitamento mínimo, deve automaticamente refazer aquela aula até obter a nota necessária. Caso contrário, não estará apto para fazer as avaliações de final de semestre e exames gerais.
A alta qualidade é comprovada pela taxa de alunos brasileiros que são aprovados em sua primeira tentativa no Revalida, Sistema de Revalidação de Diplomas Médicos, para atuar no Brasil. Cerca de 80% dos estudantes obtém o registro no Conselho Regional de Medicina, no mesmo ano em que chegam, após serem aprovados no Revalida. O diploma é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde. Vale também lembrar que a Rússia faz parte do tratado de Bolonha, tendo seu diploma reconhecido em todo o continente europeu.