Sou Taubateano, graças a Deus, caipira da gema, sou de Tarté ou Taubatexas, como alguns gostam de falar.
Nasci aqui, cresci aqui, morei fora por quinze anos e, como todo bom Taubateano, voltei pra minha Taubaté, afinal, tomei água da bica do bugre, não tem como não voltar para a cidade de Lobato, Mazzaropi, Hebe Camargo, Cid Moreira, Cely Campelo, Cid Moreira, Renato Teixeira e tantos outros filhos famosos de Taubaté, nascidos aqui ou não.
Taubaté é especial e única.
Qual cidade se dá ao luxo de ficar a meio caminho das duas maiores cidades do Brasil e ainda estar tão próxima da serra do mar e da serra da Mantiqueira? Quem tem esse privilégio de ter a sofisticada Campos do Jordão e a maravilhosa Ubatuba em seus quintais?
Como não gostar dessa cidade interiorana, conservadora e simpática?
Cidade que abraça seus filhos e visitantes e que recebe de braços abertos quem pra cá vem em definitivo, como podemos ver em nosso adorável distrito onde se encontra uma grande, tradicional e simpática colônia Italiana. Imigrantes sempre bem recebidos aqui na cidade.
O Taubateano é assim, conservador, teimoso, amigo e bom anfitrião. Somos assim e pronto.
Amamos nossa cidade, nossa origem, mas também, me diga, como não gostar dessa simpática cidade? Como não gostar do burro da central e de sua torcida azul e branca? (Aliás, quem sabe o porquê desse “burro da Central”?).
Ah, minha Taubaté, capital nacional da literatura infantil, cidade atípica que tem uma avenida coberta, que tem a bela estátua do Cristo Redentor, que tem o maior e mais tradicional mercado Municipal do Vale com a sua instigante e histórica feira da barganha, aliás, desafio a encontrar um Taubateano que não ama o nosso mercado municipal.
Cidade que tem o museu do Mazzaropi, o mais que famoso sítio do pica pau amarelo, a grávida de Taubaté, o Batman e até lobos guará passeando pelas ruas e, aliás, dizem também que até o lobisomem já fez suas aparições por aqui.
Temos o delicioso e engraçado jeito Taubateano de falar. Eu diria até que é um jeito caipira exclusivo de Taubaté, tem dúvida?
Quem nunca falou ou ouviu sumercado, beldo e etc…, né?
Sem contar o mais que acentuado acento agudo nos “ós” de póóóórta, tóóóórta, pipóóóóca, cachóóóóórra e por aí vai. Eita Taubateano…
Ah, minha Taubaté, dos conservadores, dos motoristas que não dão seta, das “Velhinhas de Taubaté” (que nem de Taubaté era) como escreveu Luiz Fernando Veríssimo.
Ah, minha cidade querida, da pipa azul e branca como escreveu J. Robson J., do saudoso eucalipto da rua Chile, derrubado sabe Deus por quê.
Cidade das lendas como a do monstro do Saguirú, dos sete porquinhos da Chácara do Visconde, da “Santinha de Taubaté”, da famosa e útil “tomar uma para matar o bicho” (que dizem se originou em Taubaté) e muitas outras lendas.
Cidade dos antigos e praticamente extintos campinhos de futebol que o Taubateano tanto brincou e gostou. E, que saudades dos tempos do futebol no final de semana nos campinhos de terra.
Mas, enfim, somos diferentes, somos característicos, somos conservadores, teimosos, alegres, bons anfitriões e caipiras.
Somos de Taubaté e temos o nosso engraçado e característico jeito Taubateano de ser.
Que bom.
Jeito taubateano de ser
nov 21, 2019Bruno FonsecaCrônicas e Contos do EscritorComentários desativados em Jeito taubateano de serLike
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