Avanços do setor foram tema de reunião virtual, na tarde desta quarta-feira, 27, entre empresários e Rafael Cervone, vice-presidente da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (FIES/CIESP).
As transformações dos processos de produção, aceleradas pela pandemia da Covid-19, deverão antecipar o advento da Quarta Revolução Industrial, próxima etapa do aporte tecnológico do setor, que inclui inteligência artificial, internet das coisas, veículos autônomos, robotização, machine learning e outros avanços cada vez mais rápidos.
“Nesse contexto, é necessário preparar as empresas e as entidades de classe para incorporarem tudo isso, de modo a ampliar sua competitividade, que também depende, dentre outros fatores, da reforma tributária, redução do Custo Brasil, mais segurança jurídica e acesso mais amplo ao crédito, fatores pelos quais também estamos lutando”, acentuou Rafael Cervone, vice-presidente da FIESP e do CIESP.
Na Diretoria Regional do CIESP de Taubaté, segundo Joaquim Albertino de Abreu, seu primeiro-vice-diretor, estão representadas empresas de 28 municípios, dentre eles Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Lorena e Cruzeiro. Na região, os segmentos mais presentes são metalurgia, químico e autopeças. São atividades nas quais a chamada Manufatura Avançada, o próximo e iminente passo evolutivo do setor, terá impacto significativo.
Cervone, que é candidato a presidente do CIESP pela Chapa 2, nas eleições de 5 de julho próximo, explicou que o plano de governança da entidade proposta por seu grupo fundamenta-se nessa irreversível transição à Quarta Revolução Industrial. Por isso, de modo icônico, foi intitulado de “5G”, a começar por “gente”, pois são as pessoas que promovem as mudanças. “A indústria é o setor que gera os empregos de melhor qualidade e mais investe em pesquisa e desenvolvimento.
A nova Manufatura Avançada precisará muito de pessoal altamente capacitado, no plano técnico e acadêmico, mas também com inteligência emocional e flexibilidade. Por isso, é fundamental a integração entre as empresas, o Sesi-SP e o Senai-SP, nossas instituições formadoras”, observou o dirigente.
O segundo G, prosseguiu Cervone, refere-se à “gestão”, não somente do CIESP, para o qual se concebe um novo modelo de negócio, com desburocratização, digitalização e mais autonomia das regionais, como também das empresas, num processo que cabe à entidade apoiar. Segue-se “governança”, num conceito ancorado por ESG, que expressa a gestão eficaz e a responsabilidade socioambiental. “As empresas e as entidades de classe estão inseridas na sociedade e cada vez mais devem relacionar-se de modo transparente com os stakeholders, ou seja, todos os públicos de seu interesse. Os consumidores querem conhecer os valores de cada organização e o que ela faz pela comunidade na qual está inserida, pela sociedade e o País”, frisou o dirigente.
O quarto G é o de “globalização”, partindo da necessidade de promover a inserção das indústrias nas cadeias globais de fornecimento. “O mercado brasileiro já é grande, mas o mundo é muito maior e temos todas as condições de conquistá-lo. Para isso, urge aumentar a musculatura de nossas empresas e promover imensos ganhos de competitividade, para concorrer em igualdade de condições. Nesse sentido, precisamos de uma entidade de classe que defenda a indústria e contribua para que tenha ganhos de produtividade, tecnologia, melhor ambiente de negócios, menos custos e barreiras à produção, bem como capacidade de divulgação e marketing internacional”, explicou Cervone, destacando a importância da integração latino-americana, para fortalecer a capacidade de concorrência continental.
“Gosto pela Mudança” é o quinto G da plataforma de trabalho da Chapa 2. “A única certeza que temos é que ocorrerão transformações. Portanto, precisamos estar prontos para encará-las. É preciso agilidade, evitar e corrigir erros, saber promover avanços no momento certo e aprender rapidamente com a conjuntura e os problemas, como ocorreu agora no cenário da pandemia”, ponderou Cervone, acrescentando: “A conexão da indústria com tudo isso é uma das missões do CIESP na era 5G. Isso requer muita comunicação e interatividade, gerando networking e negócios, com o compartilhamento das experiências de nossos associados para benefício de todos”.
Entidades autônomas e unidas
Cervone enfatizou que o “Plano 5G” evidencia a importância de o CIESP manter-se coeso e sinérgico com a FIESP, à qual estão vinculados, por exemplo, o Sesi-SP e o Senai-SP, instituições fundamentais no contexto das mudanças em curso. Por isso, ele é candidato a primeiro-vice-presidente na chapa única da FIESP, encabeçada por Josué Gomes, e este é o primeiro-vice na Chapa 2 do CIESP. “Está garantida, assim, a total união entre as duas casas e, ao mesmo tempo, a autonomia da gestão de cada uma delas”, enfatizou, revelando que esse modelo expressa o desejo manifestado pela grande maioria das bases empresariais.
Ressaltando que o CIESP tem uma cultura própria e sua rede é relevante para que as demandas e sugestões dos industriais sejam fortemente consideradas na formulação de propostas de fomento setorial, Cervone disse que, ao aceitar o desafio de concorrer à presidência, fez questão de contar, na futura gestão, com ampla representatividade. “Por isso, estão conosco, na Chapa 2, empresárias e empresários das 42 regiões, inclusive de Taubaté, sendo 78% dos integrantes do Interior do Estado. Há, também, significativa participação de jovens industriais, que terão papel decisivo no salto da entidade para o futuro, e pequenos e microempreendedores. A renovação é expressiva, pois 52% dos membros não fazem parte da atual gestão”, concluiu o dirigente.