O descarte incorreto de medicamentos gera resíduos no meio ambiente, e seus possíveis efeitos na saúde humana e em demais espécies animais são uma grande preocupação.
Existem algumas classes de medicamentos cujos resíduos são substâncias químicas perigosas, que requerem tratamento específico, antes da disposição final. Como exemplo, podem ser citados os medicamentos que contêm antimicrobianos, hormônios, antineoplásicos, imunossupressores, digitálicos, imunomoduladores e antiretrovirais.
Os antimicrobianos, predominantes entre os medicamentos descartados de forma inadequada, preocupam os cientistas por serem frequentemente encontrados em efluentes de Estações de Tratamento de Esgoto e não serem totalmente removidos durante os tratamentos convencionais de água. Os antimicrobianos podem promover o desenvolvimento de bactérias resistentes aos tratamentos atuais.
Os medicamentos que contêm hormônios, como os anticoncepcionais, apresentam substâncias chamadas “interferentes endócrinos”, que resultam em alterações no sistema endócrino e efeitos adversos na fisiologia de espécies animais. Assim, ao descartar medicamentos vencidos de forma incorreta, os consumidores contribuem com uma quantidade pequena, mas que quando acumulada, causa grandes consequências.
A maior parte das pessoas não sabe o mal que está fazendo ao realizar o descarte de medicamentos no lixo comum ou no vaso sanitário. Cerca de 20% de todos os medicamentos que utilizamos são descartados de forma irregular. Os resíduos são levados ao aterro sanitário, contaminam o solo e, por consequência, poluem lençóis freáticos, lagos e córregos.
Foi, assim, implementada a logística reversa de medicamentos descartados pelos consumidores, tendo em vista o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente do descarte inadequado de resíduos de natureza química e biológica, e pela necessidade de um tratamento mais adequado desses resíduos, que têm potencial de periculosidade.
Farmácias de várias cidades oferecem pontos de coleta para remédios sem uso. Alguns postos de saúde também oferecem pontos de coleta. Os medicamentos serão transportados dos pontos de coleta até os locais de destinação final ambientalmente adequada.
O ideal é que os produtos sejam mantidos nas embalagens originais. Apenas as chamadas embalagens secundárias, ou seja, que não tiveram contato direto com o remédio, podem ser descartadas no lixo reciclável comum; é o caso das bulas e caixas. Remédios vencidos, suas embalagens, frascos e cartelas de comprimidos devem ser separados do lixo comum. Jogar medicamentos em ralos, vasos sanitários ou na lixeira gera risco à saúde pública e ao meio ambiente. Remédios jogados no esgoto contaminam a água dos rios e o solo.
Os pontos de coleta de medicamentos podem ser encontrados em farmácias e também no site https://www.descarteconsciente.com.br/pontos-de-coleta.
O descarte adequado de medicamentos é responsabilidade de todos!