O Brasil é o quinto maior produtor têxtil do mundo, movimentando uma indústria que gera empregos e incentiva a economia. Dados indicam que, no Brasil, cerca de 170 mil toneladas de resíduos têxteis são geradas anualmente, porém apenas uma pequena fração é reutilizada ou reciclada de forma adequada.
Grande parte das roupas descartadas acaba em aterros sanitários ou na natureza, onde levam décadas para se decompor, dependendo do material de que são feitas. Por exemplo, o jeans – além de serem usados em sua produção mais de 5.000 litros de água, ele demora mais de 30 anos para se decompor; peças de roupas com poliéster demoram até 300 anos para se decomporem totalmente. E durante o processo de decomposição, esses materiais liberam gases de efeito estufa e contaminam o solo e a água.
Outro fator preocupante é o consumo crescente da moda. Estima-se que as pessoas compram 60% mais roupas atualmente que 15 anos atrás, mas utilizam cada peça por um período menor de tempo. Esse fenômeno, conhecido como “fast fashion”, incentiva o consumo desenfreado e dificulta a gestão de resíduos, impactando negativamente o planeta em questões socioambientais.
A economia circular oferece uma sensata e eficiente alternativa para minimizar os impactos dessa indústria, como por exemplo, prolongar o ciclo de vida das roupas por meio da reutilização, dando mais vida útil às peças, incentivando uma moda mais consciente.
No Brasil, iniciativas como plataformas de venda e revenda de peças de “second hand” estão ganhando popularidade. Em Taubaté, temos o exemplo da empresa Mundo Madame, focada no público feminino, que oferece uma prestação de serviço que conecta mulheres que desejam vender peças que estejam em excelente estado, mas que já não faz mais sentido as manterem em seus armários, com quem deseja ter a oportunidade de comprar peças impecáveis, com um preço justo, fazendo a circularidade da moda.
Nessa nova economia sustentável, o consumidor desempenha um papel crucial. Ao adotarmos práticas como doar, trocar, vender ou transformar roupas antigas reduzimos significativamente o impacto ambiental.
Escolher marcas comprometidas com a sustentabilidade e evitar o consumo excessivo também são passos importantes para um futuro mais equilibrado.
A crise ambiental provocada pelo descarte inadequado de roupas exige ações urgentes. A moda sustentável não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para garantir a preservação do meio ambiente e promover justiça social.
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