Amado pelo público, o cineasta Amácio Mazzaropi foi o responsável por difundir a figura do caipira nos cinemas. Passados 38 anos de sua morte, ele escreveu um capítulo exclusivo na história do cinema nacional.
É dessa forma que a Câmara de Taubaté rememorou a vida do cineasta em sessão solene realizada dia 11, sob a presidência do vereador Boanerge (PTB). O pronunciamento oficial, apresentado por João Henrique Dentinho (PV), retomou a trajetória do filho de um italiano e de uma portuguesa, nascido em São Paulo, mas que cresceu em Taubaté.
Mazzaropi gostava muito de circo e desde cedo manifestou a vontade de atuar. Fundou uma companhia de teatro em 1940 e em 1945 chegou à rádio Tupi. Na era da televisão, na década de 1950, foi convidado a estrelar o programa Rancho Alegre, e seu humor e carisma conquistaram o público. O sucesso na TV inspirou o diretor da Companhia Vera Cruz a convidar Mazzaropi para interpretar um papel cômico no filme Sai da Frente, em 1952.
Com a falência da Vera Cruz, Mazzaropi participou de outros cinco filmes em diversas produtoras até fundar a PAM (Produções Amácio Mazzaropi), em 1958, e assim passar a produzir e distribuir seus próprios filmes.
“Mazzaropi foi um dos poucos seres a ver a alma das coisas, a enxergar a alma do caipira vale-paraibano e a transformá-la em cinema, sensibilidade, gerando emprego e arte, gerando a alma das coisas”, salientou o secretário de Cultura, Márcio Carneiro.
A popularidade de Mazzaropi era apoiada no humor ingênuo e autêntico da cultura caipira. Ele mandava funcionários de confiança país adentro, transportando as cópias e conferindo os ingressos vendidos.
Mazzaropi morreu em 1981, mas não sem deixar saudades e lembranças naqueles que atuaram em seus filmes e trabalharam em sua companhia.
“Estamos escassos de pessoas que conviveram com Mazzaropi. Elizabeth Hartman já esteve em Taubaté. Patrícia Mayo, que trabalhou com a gente em ‘Uma pistola para Djeca’, também foi homenageada em Taubaté. Mazzaropi lançou grandes nomes no cenário nacional, como Tarcísio Meira, Agnaldo Rayol, Celly e Tony Campello, e outros tantos. É bom assistir a esses filmes e ver a mensagem maravilhosa”, diz Luiz Homero da Silva, testemunha ocular da história do cineasta.
Ator e figurante em alguns dos clássicos, Luiz Homero disse que atualmente a história de Mazzaropi começa a ser contada por outras pessoas, tais como Paulinho Tropeiro, Rogério Mazzaropinho, Margaropi, de Curitiba; Sandro, em Bezerros (PE), e outros espalhados pelo estado de São Paulo.
Caracterizado como Djeca, Paulinho Tropeiro, um dos atores que prosperam a história do cineasta, diz: “Sempre que eu encontrava o Mazzaropi no cinema, olhava aquela pessoa, uma celebridade, contando o ingresso na entrada no cinema, ou passando de carro, jamais pensei que hoje eu estaria representando um papel desses. Imitar Mazzaropi é muito difícil, não tem como imitar uma figura tão importante como ele”.
Para assistir ao vídeo da solenidade acesse o canal da TV Câmara Taubaté no Youtube, https://youtu.be/IamwTFPAnzo.