Projeto realizado em parceria com o ICCC já formou mais de 120 alunos em quatro anos
O município de Cunha encerrou o ano de 2019 com mais 70 ceramistas formados para ajudar a manter viva a tradição da cerâmica, existente desde os anos 1970 na região. Esse trabalho de perpetuação da cultura é resultado de uma parceria entre a Suzano e o Instituto Cultural da Cerâmica de Cunha (ICCC), por meio do projeto Terra e Arte, que já se estende por quatro anos.
“Foram mais de 120 alunos do projeto do início até agora. São jovens e adultos das zonas rural e urbana que, além de ajudar a manter viva a cultura ceramista, conquistam importante fonte de renda”, destacou Adriano Martins, consultor de Desenvolvimento Social da Suzano.
A parceria com o ICCC é dividida em duas frentes de ações.
Na zona urbana, foram formados 30 jovens com idade entre 13 e 19 anos na fase para iniciantes e, no curso avançado, foram mais dez jovens, que se destacaram na fase inicial e receberam a chance de aperfeiçoar a técnica. A estimativa dos organizadores é que cerca de 80% dos alunos que concluíram o curso mantenham a ligação com a cerâmica seja em ateliês como instrutores, ou até mesmo em busca de novas qualificações.
A novidade este ano ficou por conta da contratação de ceramistas da Vargem do Tanque que iniciaram a participação no projeto em 2017. A ceramista Marcieli Natali, 34 anos, faz parte desse grupo de monitores. Ela ingressou no projeto em 2017 e, no ano seguinte, passou para o avançado e encerrou 2019 ministrando aulas, o que, para ela, foi uma das melhores formas de aprimoramento das técnicas.
“Este é o melhor jeito de aprender: ensinando. Foi um desafio grande, mas muito gratificante. Ao ministrar aulas podemos reviver e repassar tudo o que aprendemos e hoje, a cerâmica cobre todos os meus gastos e, neste ano, consegui, por exemplo, tirar a Carteira de Motorista (CNH). Essa mudança está presente em todos que concluem o curso, uns mais, outros menos. Todos estão conseguindo mudar suas histórias”, destacou.
Técnicas
As técnicas empregadas no processo de criação das peças de cerâmicas mudam de acordo com o local onde os cursos são ministrados com os jovens da cidade, o ICCC trabalha a técnica oriental, trazida para a região na década de 1970, por japoneses e portugueses. Já a técnica levada para a zona rural é voltada para cerâmica primitiva que era tradição do Município de Cunha.
Turismo
Os ateliês de Cunha são patrimônios culturais e o processo de fabricação das peças de cerâmica tem sido o carro-chefe do turismo local. Pessoas de diversas partes do Brasil, e fora dele, visitam os ateliês para, além de poder adquirir as peças, acompanhar o processo de fabricação.