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quinta-feira 14 novembro 2024
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Histórias com Paulinho da viola

Paulinho da Viola foi o homenageado da Banda de Ipanema esse ano no Carnaval carioca, que desfilou há duas semanas. Certamente, foi uma ótima escolha reverenciar esse extraordinário compositor, cantor e poeta.
Ao cumprimentá-lo no carro alegórico quando estava em Copacabana na barraca da praia, eu contei-lhe que havia um cantor (Pedrinho) que interpretava suas músicas, e contava suas histórias. Disse ainda que me lembrava da música que fez para a Escola de Samba Mangueira, em 1969.
Quando ele compôs essa música foi muito criticado pela Portela, pois as agremiações eram rivais. Vou citar um trecho:
“Vista lá do alto, mas parece um céu no chão.
Sei lá em Mangueira a poesia fez um mar se alastrou, e a beleza do lugar.

Pra se entender tem que se achar.

A vida não é só isso que se tem.

Tem um pouco mais.

Que os olhos não conseguem compreender.

As mãos não conseguem pegar.

Os pés não conseguem tocar.

Em Mangueira é tão grande .

Que nem merece explicação…

Falar de um morro pobre cheio de barracos e colocar poesia, não é pra qualquer um, tem mesmo que ser poeta.
A Mangueira ficou agradecida com a letra e a melodia que se eternizaram.
Depois da bronca, Paulinho disse em bom tom aos portelenses: “Acabei de compor o samba enredo para o carnaval desse ano”. E foi o maior sucesso e é cantado até hoje em todo lugar:”Foi o Rio que passou em minha vida”. Depois dessa foi perdoado!
Quando Paulinho esteve em Taubaté para fazer um show, foi almoçar na casa do saudoso Faissal. Assim que terminaram, o anfitrião disse : “Agora o Paulinho da Viola vai dar uma “canja” pra nós na sala!”
Foi quando dona Beni, a mãe de Faissal, disse alto e em bom tom: “Nada de Paulinho da Viola, do cavaquinho, não quero barulho, nós vamos assistir ao Corinthians no Globo Esporte! “
Depois dessa, o Paulinho que é vascaíno e palmeirense, percebendo que ela não o conhecia, disse a ela: “A senhora tem toda razão “Vai Corinthians”! E levou numa boa…