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quarta-feira 25 dezembro 2024
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Heróis: sonho, trabalho e transformação

Oh! Sonhos! Sonhos! Sonhos! Nada está finalizado pela mão humana, principalmente quando ela está doutro lado do mundo. É com essas mãos calejadas pelo tempo, pela história, que o peso da cultura transforma a terra em arte, moldando a argila, religando cada elemento até chegar ao produto final. Tudo parece pronto e acabado. Não, nada disso está terminado até porque cada peça vai ser única e a natureza fará seu retoque final.

As marcas entre o vivido, o presente e o futuro são cada vez mais fortes, elas vêm unidas como um Sísifo ao seu rochedo. Mas esses heróis não estão condenados pelos deuses e, sim estão no Olimpo. É um Olimpo construído de realidade, sem a simbiose do rochedo, muito embora a dureza das peças de cerâmicas, saídas do forno noborigama, seja comparada a um rochedo, mas elas não impõem aos homens e mulheres que constroem em Cunha uma falta de liberdade ou punição. Cada peça expressa uma unicidade cósmica que se impõe através da liberdade humana de criar e recriar uma arte verdadeira, singela e imponente no seu verdadeiro designer, que encanta o mundo.
É com essa arte que Cunha convive. É com essa arte que ela tem refeito sua história desde 1975, quando um pequeno grupo se instalou no matadouro. Esse local abriu espaço para um time de heróis que desbravaram o barro, dominaram o fogo e a água em cada fornada, trouxeram emprego e esperança. Acordaram um lugar esquecido no tempo e reescreveram a sua história, através de cada peça que segue mundo afora com as marcas das mãos desses heróis.

Então, agora ofereço a eles a medalha do reconhecimento dentro da nossa história entre o ontem, o hoje e o amanhã. Parabéns, Mieko Ukseki, Mário konish, Toshiyuki Ukeseki, Suenaga e Jardineiro, Marcelo Tokai e a todos que aprenderam a beber água nessa fonte limpa e pura, no meio dessa travessia longa e prazerosa. Essa luta é um altear no tempo que vai e vem medindo seus espaços nos mínimos detalhes. Somos todos gratos pelo fazer saber-se diante do próprio tempo, com essas mãos tão habilidosas.
Oswaldo de C. Macedo