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sábado 30 novembro 2024
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Há 150 anos desencarnou Allan Kardec

• Rogerio Miguez
No dia 31 de março de 1869, atarefado com as suas muitas responsabilidades, trabalhando como sempre, em plena atividade, vitimado pela ruptura de um aneurisma, segundo biógrafos, retornou ao plano da vida real mais um vencedor do mundo, outro destacado Espírito que soube com maestria cumprir os desígnios que lhe foram assinalados. E não foram poucos: revelar para a humanidade as leis fundamentais da vida, e de posse destas, cada qual pode agora erigir a própria salvação, ou seja, pavimentar o caminho seguro levando aos braços do Criador.
O caminhar espírita é consolador por excelência, e só pôde atingir esta condição ímpar devido aos incontáveis e elucidativos textos grafados nesta obra literária granítica – a Doutrina dos Imortais -, equivalente a um monumental edifício de sabedoria construído com os tijolos da averiguação e experimentação, cuidadosamente moldados e arranjados por este dedicado construtor, o singular filho de Lyon.
Livros, livros e mais livros, um pouco mais de duas dezenas de obras voltadas a descrever como funcionam as leis divinas: um tanto de ciência, adequado ao patamar de conhecimento da época; um pouco de princípios básicos que nos regem e muita filosofia. Dentro desta última, diretrizes precisas esmiuçando as noções da moral e da ética, os dois pilares com a capacidade de, se bem exercitados, sustentar-nos em face de qualquer desafio apresentado pela vida.
Precisamos de algo mais? Há necessidade de alguma complementação, como alguns levianamente sugerem? Cremos que não, pois os rumos a trilhar foram cuidadosamente apontados; as leis morais estabelecidas, melhor dizendo, relembradas, pois estas já haviam sido exemplificadas pelo Excelso Filho do Homem; todas as questões existenciais foram plenamente respondidas; os alicerces da verdadeira religião delineados, aquela detentora do poder de reconduzir o homem naturalmente ao Deus Único.
Diante de tão grandiosos ensinamentos, tantas vezes pensados e reavaliados, para em seguida serem aprimoradamente registrados pelo Eleito de Lyon, perguntamo-nos: e agora?
Usemo-los, vivamo-los, deixemo-nos invadir por estas proposições revolucionárias do ponto de vista científico, filosófico e religioso, simplesmente ajamos conforme o que nos foi oferecido por este incansável trabalhador da vinha.
É tão natural, tudo é tão claro, não há mistérios, tampouco propostas ocultas reservadas aos mais graduados, muito menos hierarquia. Sim! Está tudo ao alcance de qualquer um, sem privilégios, basta empenhar-se em ler, estudar, folhear, manusear com devoção os compêndios espíritas e um novo horizonte se abrirá.
Cremos não haver melhor homenagem a fazer, neste sesquicentenário da desencarnação do Mestre de Lyon, do que incorporar estes ensinos à nossa individualidade e praticá-los, exaustivamente, sem receio de nos cansarmos. Certamente o Codificador ficará exultante, felicíssimo e plenamente agradecido por tal testemunho de nossa parte.
Considerando não haver notícia confiável de uma possível reencarnação do Mestre desde a sua partida, Kardec espera pacientemente no plano espiritual, há cento e cinquenta anos, que desta feita o trabalho não se perca, com pesar, como se deu na França pouco tempo após o seu aparecimento.
Façamos da codificação kardequiana uma realidade neste orbe, divulguemo-la pelos nossos exemplos, a melhor e mais eficaz forma de apresentá-la aos irmãos de jornada.
O tempo urge! A transição bate às nossas portas! Soam os derradeiros clarins! Sacudamos a poeira das sandálias e partamos resolutos. Mãos à obra!