Segundo o noticiário, chuvas afetam quase um milhão de habitantes do Estado do Rio Grande do Sul. Perdas humanas, estimadas em quase cem moradores.
Muito provavelmente, o Oceano Pacífico teve algum influência, uma vez que “os oceanos estão com temperaturas ainda muito elevadas e o ar continua muito quente, produzindo vapor adicional para a formação de chuvas”, segundo o meteorologista Marcelo Seluchi, coordenador do Cemaden (Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
As chuvas do final de Abril e início de Maio de 2024 atingiram não somente o Rio Grande do Sul, mas também o Norte do Uruguay e o Estado de Santa Catarina.
Dos três Estados da Região Sul, o Rio Grande é o que tem mais recorrência de inundações que impactam na vida da região, destruindo tanto a área urbana quanto a área rural. Nas Serras Gaúchas e nos Pampas, a produção rural é constantemente reduzida, impactando a economia estadual.
As chuvas, já há décadas, têm minado o solo, deixando um rastro de erosão que significa uma derrota para o meio ambiente, além dos prejuízos econômicos.
Além das influências do Oceano Pacífico que ocorrem desde Dezembro até o final de Abril, as frentes frias que se original no Pólo Sul não conseguem avançar e se estacionam na Argentina. Segundo Seluchi “temos uma sucessão de frentes frias que se tornaram estacionárias e estão mantendo as chuvas durante vários dias”, explicou.
Em resumo, a concentração de chuvas no Rio Grande do Sul foi causada pela associação de dois fatores principais. Primeiro, a “onda de calor localizada na região central do Brasil com alta pressão atmosférica leva à formação de ar seco e quente, que acaba por bloquear a passagem e dissipação das frentes rumo ao Norte”, elucida o meteorologista.
Segundo, o sistema de bloqueio, que ocorre no Oceano Pacífico, influencia a América do Sul, evitando que haja alterações que poderiam amenizar a situação, no sentido de reduzir ou distribuir as precipitações.
Com certeza, as alterações climáticas nacionais, exigirão mais agilidade na gestão de previsão e variabilidade das ocorrências e suas consequências, além de provocar uma constância em implementar medidas que possam reduzir os impactos.
Independente, além da gestão de risco, esforços terão que ser associados com mais eficiência para uma resposta mais rápida aos socorros emergenciais.
Tendo sido o que pode ser compreendido como a atual gestão de risco insuficiente, era de se esperar que houvesse mais presteza da União em acionar mais rapidamente um sistema de salvamento enquanto ainda havia tempo de salvar mais vidas.
Excelentes funções para as Forças Armadas, que deveriam ser lembradas não somente em dias cívicos.
“O Tempo e o Vento” corresponde à inaugural trilogia escrita por Érico Veríssimo sobre a formação do Estado do Rio Grande do Sul.
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José Alencar Galvão de França
Especialista em Gestão de Projetos, Programa de Educação Continuada da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo