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sexta-feira 22 novembro 2024
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GPS – O Menino do Dedo Verde

Tentar proteger o meio ambiente no mundo contemporâneo é uma luta inglória, principalmente no Brasil.
Após séculos de devastação que começou no Período Colonial, parece existir uma corrente que é contra a preservação ambiental e se demonstra omissa.
Se começarmos pelo Código Florestal, Lei Federal 12.651/2012, notamos que o legislador teve que se ater aos problemas mais simples, já que propor um projeto de preservação mais amplo encontra barreiras no que erroneamente chamam de progresso.

Como oposição ao desflorestamento, a legislação propõe compensações.
Infelizmente, as compensações são uma moeda de troca muito inferior ao que está sendo perdido nas supressões de vegetação.
Basta verificar que a perda de habitats da fauna é tratada quase que apenas protocolarmente e muito menos de maneira universal.

Quero dizer, as iniciativas de compensação ao desmatamento teriam que propor também a segurança da fauna prejudicada, de uma forma ampla e irrestrita.
A supressão de vegetação elimina habitas da fauna, com perda irreparável de sítios de reprodução, alteração de percursos migratórios e de corredores de dispersão.

As iniciativas, muitas vezes imaturas, de exploração da Floresta Amazônica, com projetos de expansão em áreas de mineração, madeireiras, rodovias, ferrovias e atividades rurais têm impactado a destruição de centenas de milhares de hectares de mata nativa composta por um bioma dos mais diversificados e consequentemente, único.
A redução de áreas verdes significa também a destruição de margens de rios e mangues, contaminação do solo e poluição hídrica.

Neste sentido, a atual situação do Bioma Cerrado é um prenúncio da tragédia que se descortina com a infantilidade que invadimos a Amazônia.
O Cerrado é responsável pelo abastecimento de cinco aquíferos. Sua recuperação, tardia tem sido preocupação de biólogos e ambientalistas.

“O Menino do Dedo Verde” é um livro com visão infantil que só encontra paralelo no livro “O Pequeno Príncipe”.
Os cuidados com uma plantinha em seu pequeno planeta e a amizade com a raposinha são os pontos mais significativos da leitura e dos desenhos propostos pelo escritor francês Antoine de Saint-Exupéry.
Da mesma França, alguns anos depois, surge “Tistu”, traduzido para a língua portuguesa como “O Menino do Dedo Verde”.

Maurice Druon, grande escritor do século XX, faz de “O Menido do Dedo Verde” um libelo contra a supressão irresponsável da vegetação.

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José Alencar Galvão de França
Economista graduado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Master in Business Economics pela FGV -SP