Impossível quantificar a importância da área remanescente da Floresta Amazônica: pecuária extensiva e avanço da soja destroem as matas que ainda resistem no Mato Grosso.
Os corredores hídricos aéreos talvez sejam afetados definitivamente.
A utilização intensiva do solo de cobertura do Aquífero Guarani, tanto na lavoura quanto nas áreas urbanas, poderá esgotar os recursos dos lençóis subterrâneos situados abaixo dos lençóis freáticos?
É claro que a utilização do Aquífero Guarani reduz a necessidade de captação de águas fluviais, porém a equação hídrica precisa ser resolvida.
Economia planificada?
Pode um país ter controle sobre os recursos naturais mais valiosos como a água?
Certamente, o Brasil terá que entender o Ciclo Hídrico que regula o sistema de águas da Bacia Amazônica e sua relação com as demais regiões de forma a exercer controle e intervenção que consigam salvar o ciclo de água doce, desde o regime de chuvas até os lençóis freáticos.
Em relação às plantações, os avanços não poderão ser feitos com a redução da atual área da Floresta Amazônica. A preservação das matas garantirão parte do Ciclo Hídrico.
Quanto às cidades como Ribeirão Preto, São Carlos, Bauru e Franca localizadas no Estado de São Paulo, onde a quase totalidade da oferta de água depende do Aquífero Guarani, pesquisas deverão ser feitas no sentido de recuperar o estoque de águas subterrâneas.
Atualmente, o Aquífero Guarani atende uma população de 15 milhões de pessoas, segundo o IBGE.
Saudável que um país, onde a água corre tão generosamente em grande parte de seu território, consiga utilizar suas diversas fontes.
De fato, a partir das águas, pode ser o início de uma etapa mais promissora para a recuperação ambiental, com efeitos positivos para a redução de alterações climáticas.
A implementação de um modelo de urbanização e ocupação rural voltado à preservação e à recuperação dos cursos d’água, várzeas e fundos de vale e programas de despoluição dos rios constituem um processo gradativo que deverá conciliar diferentes setores da sociedade como meio ambiente, administração pública e cientistas.
Uma estratégia hídrica com amplo alcance poderá garantir e avalizar o equilíbrio ambiental.
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José Alencar Galvão de França
Arquiteto e Urbanista
alencargalvao@terra.com.br