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quinta-feira 28 novembro 2024
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GPS – O Caso Elgin

A palavra Acrópole tem origem etimológica no Grego Ático, que é a região de Atenas e significa “Cidade Alta”. Pela importância de Atenas, a palavra Acrópole, sem qualificação, também alude simplesmente à Acrópole de Atenas, colina rochosa com um pequeno topo plano que se ergue 150 metros a partir do nível do mar.

No local mais alto da Acrópole, por iniciativa de Péricles, governante da cidade, foi construído o Templo Partenon para homenagear Palas Atenas, por volta de 450 a. C.

Já a palavra Partenon parece aludir ao “espaço” reservado para a deusa, protetora da cidade.
A construção do Partenon envolveu dois Arquitetos: Calícrates e Ictinos, além da oficina do Escultor Fídias.
A edificação sofreu ataques durante a Ocupação Otomana e atualmente, está sendo levado a efeito um plano arqueológico de recuperação com o objetivo de garantir a estabilidade da colunata.

Aliás, a colunata constitui o símbolo da Democracia e especialmente a do Partenon representa o máximo que a Arquitetura conseguiu alcançar desde o Período Clássico.
Além da dimensão, o projeto foi planejado para fazer uma correção de ótica e impressiona não somente pela grandiosidade como pela simplicidade.

O desenho das colunas com cilindros cônicos sugere uma certa respiração do conjunto e durante a reconstrução foi descoberto o que constitui o principal trunfo do projeto: os pilares não são homogêneos e foram esculpidos com uma projeção imaginária que os uniria em traçado elíptico a dezenas de metros acima em um único ponto de fuga.
Desde então, poucas edificações alcançaram o Estado de Equilíbrio do Partenon: no final da Idade Média, o Palácio Ducal em Veneza.

O Palácio Ducal, às margens do Grande Canal de Veneza, impressiona pela oposição entre os arcos em ogiva na base e o grande plano liso da parte superior.
No século XX, o Arquiteto Mies Van Der Rohe conseguiu sintetizar tudo o que pode ser compreendido por Modernidade no Pavilhão de Barcelona, efetuando também um raro paralelo com o Período Clássico.

Desde então, a Arquitetura não consegue se afastar da Modernidade se situando como Pós Moderna ou Neo Moderna. Ainda faltam contornos para a Arquitetura Contemporânea.
A Modernidade alcançou algum Estado de Arte ainda insuperável, assim como o Partenon, e merece ser constantemente estudada.

O livro “Caso Elgin” explica como os gregos sonham em ter as esculturas do Partenon de volta do Museu Britânico. O livro, escrito por Theodore Vrettos e traduzido para o Português, foi editado no Brasil pela Editora Odysseus em 2004.

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Arquiteto José Alencar Galvão de França