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quarta-feira 25 dezembro 2024
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GPS – Guerras climáticas

O professor Harald Welzer expôs há mais de dez anos um prenúncio do final da vida na Terra, em um dos livros mais alarmantes sobre a problemática da Geografia Humana e Político – Espacial.
Fazendo uma projeção para o ano de 2023 para a América Latina, podemos concluir que a existência de áreas verdes remanescentes na Floresta Amazônica pode ser considerada uma dádiva.

Sangrada pela Rodovia Transamazônica nos anos 70, destruída pelo extenso e pouco profundo espelho d’água da represa de Balbina, além do lago de Belo Monte que fica quase vazio desde o final do inverno até a primavera, provocando inoperância sazonal e alteração brutal no regime de águas do Rio Xingu, a Floresta Amazônica não consegue aplacar a fúria de seus inimigos.

A Amazônia, ameaçada pela monocultura da soja, sob o ultrapassado ufanismo populista de “celeiro do mundo”, envenenada pelo garimpo selvagem, árvores centenárias retiradas ao preço de apenas vinte reais cada uma, os brasileiros podem ainda comemorar a existência de mais da metade de sua cobertura vegetal primitiva.

A luta pela manutenção das florestas das regiões próximas ao Equador é uma das preocupações no sentido de reduzir a incessante pressa pela desertificação.

Os biomas do Cerrado e do Pantanal são mostras do destino incerto da Floresta Amazônia, que poderá se transformar em uma savana.

Atualmente, a China, por exemplo, tem que fazer grandes investimentos para despoluir os quase todos rios de seu território. A invasão do Tibet ocorreu por conta da tentativa de garantir água das geleiras do Himalaia para o seu território.

Situação mais grave corresponde à Palestina que não possui um único rio próprio. O único fluxo d’água provém das Colinas de Golan, conquistadas da Síria, que abastece o Mar da Galileia e o Jordão, dividido pela fronteira com a Jordânia.

O drama de Israel e da Faixa de Gaza por água potável corresponde ao oposto da questão ambiental brasileira. Faremos as iniciativas acertadas?
Refletindo sobre outras adversidades, temos que tratar nossas matas e nossos rios com reverência.

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José Alencar Galvão de França
alencargalvao@terra.com.br