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quarta-feira 27 novembro 2024
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GPS – Esta Noite, a Liberdade

Existe uma linha de raciocínio que permeia a região dos rios Ganges, Ásia Menor, Estepes Russas até a Europa: o Proto-Indo-Europeu, que teria sido o idioma falado por ancestrais comuns por volta de 5.000 anos atrás.

De fato, o Sânscrito, o Latim, o Farsi e o Grego são línguas primas e deram origens ao Hindi, ao Persa, às Línguas Latinas e ao Grego Moderno.

Apesar de não existir registro arqueológico físico, o idioma Proto-Indo-Europeu foi recriado a partir de sons semelhantes entre línguas da Antiguidade Europeia como Latim e Grego, aliados ao Sânscrito, a língua sagrada da Índia.

A realização dos estudos do Proto-Indo-Europeu pode ser considerada um dos grandes acontecimentos entre os linguistas, desde o século XIX.
Não somente a língua, mas a cultura basilar entre europeus e asiáticos teria se expandido de alguma região localizada entre o Mar Negro e o Mar Cáspio.

Na região entre os rios Ganges e Brama Putra, uma das quatro grandes civilizações hídricas, tem origem a concentração de povoamentos da Península Índica, no mesmo período.
Berço do Budismo e do Bramanismo, os Hindus assimilaram também a Religião Muçulmana e se dividiam em aproximadamente 600 territórios chefiados por rajás, marajás e paxás no final do século XIX.

País extremamente fértil, mas com uma forte pulverização política, a Índia se tornou refém da Inglaterra que exerceu grande controle administrativo sobre os diversos povos que habitavam a Península, de onde importava chá e outros produtos agrícolas de seu território extremamente fértil.

Apesar de fornecer relativa unidade e pacificação, os Hindus começaram a sonhar com uma unificação própria, sem a influência do Império Britânico.
O processo de conquista da independência indiana começou em 1885 e somente seria encerrado após o final da II Guerra Mundial.

Na Inglaterra, Sir Winston Churchill era o Primeiro Ministro e Lord Mountbatten, tio da Rainha Elizabeth II foi designado para ser o último Vice-Rei, com a missão de evitar a divisão do território em centenas de países.
Embora houvesse uma vontade geral para a independência, conflitos entre os povos, com motivação religiosa, eram frequentes. Além de Hindus, Budistas e Muçulmanos, a Península Índica abrigava minorias de diversas religiões e os habitantes se expressavam em mais de 200 línguas ou dialetos, além do inglês que foi imposto pelos colonizadores.

Consequentemente, uma das principais causas da Independência da Índia foi a dominação econômica e cultural do Império Britânico.
Buscando o fim da opressão e dominação, Mahatma Gandhi e Jawaharlal Nehru ofereceram um tipo diferente de arma: a Desobediência Civil.

A proposta era não pegar em armas e dificultar o processo de dominação inglesa sobre a colônia através de greves e não cumprimento de leis variadas, sempre sem a ocorrência de violência.

Na noite de 14 de Agosto de 1947, uma hora antes da meia noite, Nehru teria dito no Parlamento Indiano: “Daqui uma hora, ao soar da meia-noite, quando os homens dormirem, a Índia acordará livre, um momento único da História, quando um povo sai do passado e entra para o futuro”.

Cette Nuit la Liberté ou “Esta Noite, a Liberdade” é um relato jornalístico preciosos dos escritores Dominique Lapierre e Larry Collins publicado em 1975, primeiramente em francês.
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José Alencar Galvão de França