Precipitada, arruaceira e populista, iniciativa federal no sentido de importar arroz do MERCOSUl demonstra a verdadeira face de um governo sem fé, incrédulo da própria unidade nacional.
Ao invés de apoiar a retomada da produção agrícola Rio-Grandense, governo federal abandona o barco e lança incredulidade sobre a normalização da agricultura gaúcha.
Infelizmente, não há sinal confiável de alguma tristeza ou comoção, o que pode ser percebido nos principais discursos a título federal.
Improbidade em relação ao povo gaúcho em luto que se espraia com a permanência dos alagamentos.
Estado devastado pelas chuvas de início de Outono, o Rio Grande do Sul prescinde do equivocado discurso em que Brasília se perdeu em visita federal ao seu território.
Em um de seus piores discursos, na hora da missa de sétimo dia, comentar sobre preferência das chuvas entre brancos ou negros foi de um exagero malévolo e de um racismo inoportuno.
Brasília perdeu a oportunidade de unir a família brasileira em um momento de dor que se prolonga por semanas.
Infelizmente, as alterações climáticas chegaram para ficar e algumas regiões do país são mais sensíveis, como tem acontecido no Rio Grande do Sul, Pantanal, Amazônia, Cerrado.
A escalada dos problemas que acometem nosso território mais austral começou há décadas e possuem raízes locais e influências externas.
Sob a questão de utilização do uso do solo, dois problemas são evidenciados no Estado do Rio Grande do Sul. O primeiro diz respeito ao aumento populacional que fez com que não somente a Grande Porto Alegre, como quase todas as demais cidades atingidas pelas chuvas tivessem expandido suas áreas urbanas. Ao mesmo tempo, as áreas rurais possuem exploração agrícola voltada para monoculturas, além da pecuária que juntas excluíram quase todas as áreas florestadas, com processos de erosão que se iniciaram há mais de quarenta anos.
Adicionalmente, os cuidados com as margens do Rio Guaíba e Lagoa dos Patos deveriam ser acelerados, repensados e não esquecidos.
Como consequência das alterações climáticas, não há o que fazer. Mato Grosso do Sul desflorestado, Pantanal em processo de recuperação dos incêndios recentes, não há perspectivas de qualquer redução da concentração de chuvas no Rio Grande do Sul.
Desocupar margens e reflorestar serão medidas emergenciais para que surja uma pequena trégua climática que possibilite novo planejamento para o assentamento populacional seguro e estudos de perspectivas duradouras para a retomada das atividades econômicas.
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José Alencar Galvão de França
Formado em Economia pela PUC SP e Master in Business Economics pela FGV SP