Dissociado da Natureza, o Ocidente parece ter se distanciado em um caminho sem volta, acompanhado por ditaduras asiáticas.
Publicado durante a Segunda Guerra Mundial, o livro “A Revolução dos Bichos” retrata um regime totalitário no meio rural, metáfora para a ditadura stalinista da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Porém, não é só.
Rhinocéros, do escritor romeno Eugène Ionesco, é uma peça de teatro em três atos, em prosa, apresentado em alemão no Schauspielhaus de Düsseldorf, em Novembro de 1959 e em francês no Théâtre-Odeon, Paris, em Janeiro de 1960.
Em Abril de 1960, Orson Welles dirige a montagem inglesa de Rhinocéros no Royal Court Theatre com Sir Lawrence Olivier no papel principal.
Obra das mais importantes do século XX, o texto trata de uma epidemia imaginária que transforma todos os moradores de uma cidade em rinocerontes, demonstrando os perigos do conformismo que fazem desaparecer o pensamento individual, facilitando o estabelecimento de regimes totalitários.
Enquanto Orwell personifica os animais, trazendo a reflexão da opressão dos ditadores sobre nós e a opressão que exercemos sobre os animais, Ionesco demonstra a distância e total dissociação entre o Homem e a Natureza.
Várias, mas não muitas, têm sido as tentativas da imaginação humana em estabelecer um elo com a Natureza. Da Antiguidade Grega, uma projeção das mais interessantes reside no Mito do Centauro. Entre as projeções: um bom centauro ou um centauro agressivo.
Restabeleceremos espiritualmente a estabilidade em quatro patas?
Fazendo um paralelo, seria a Humanidade um regime totalitário sobre a Natureza?
Iremos sempre destruir o Centauro que existe dentro de nós?
Seria a morte do Centauro um signo para nosso conformismo?
A obra “A Revolução dos Bichos” foi publicada por George Orwell na Inglaterra em 1945. Orwell teve muitas dificuldades em conseguir a primeira edição, já que a URSS era aliada da Inglaterra contra o Nazismo. Além de ser um manual contra o totalitarismo, o texto se tornou em um libelo a favor dos animais.