Nagorno-Karabakh, uma região separatista de maioria étnica armênia, localizada no Cáucaso do Sul, é historicamente conhecida por ser um território multiétnico.
Historicamente, é também conhecida por “Esquina do Mundo”, uma vez que já fez parte do Império Persa, do Império Otomano e do Império Russo.
Geograficamente, situada no corredor de ligação caucasiano entre o sul da Rússia e o Norte do Oriente Médio, com potencial petrolífero que desperta o interesse da Turquia e da Rússia.
Geopoliticamente, um novo conflito irrompeu com o final da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas entre a Armênia e o Azerbaijão.
Milhares de armênios vivem em campos de refugiados, amedrontados com a possibilidade de um genocídio cristão, que seria levado adiante entre Turquia e Azerbaijão.
A região possui tantos conflitos e riscos quanto a região denominada Oriente Próximo, onde israelenses, libaneses, sírios, curdos e palestinos sofrem conflitos milenares.
Parte dos conflitos é movimentada pelo Irã, sucessor do Império Persa, que além de fomentar desavenças entre os vizinhos, não oferece grau de proteção aos próprios moradores.
Refinarias próximas à Teerã lançam uma quantidade extremamente elevada de gases tóxicos que têm trazido problemas de saúde à população, fazendo com que escolas sejam fechadas.
No Iraque, o jovem Ali Hussein Julood morreu recentemente em decorrência de exposição ao gás benzeno. Refinarias da região também emitem gás metano em grandes quantidades, aquecendo o nosso planeta.
Uma política ditatorial das mais severas entre os países também não permite que as mulheres tenham alguma paz.
Na semana passada, uma jovem iraniana foi presa por não utilizar o véu da forma exigida pelas autoridades.
Após ser punida fisicamente, faleceu em decorrência dos ferimentos.
Em poucas palavras, parece que os milenares impérios que têm assolado a região, desde Nabucodonosor, não permitem que as nações atinjam algum grau de democracia que possa proteger ou ao menos reduzir o sofrimento da população.
Desamparados, tanto em decorrência de política interna, quanto em relação aos conflitos incessantes de origem geopolítica, os povos da “Esquina do Mundo” anseiam por divulgação de seus problemas, na esperança de uma solução internacional.
O conflito em Nagorno-Karabakh já se estende por um século e hoje, os armênios cristãos vivem nos limites do território, desalojados pelas tropas do Azerbaijão.
A palavra Nagorno é de origem do armênio-russo e significa “local alto” ou “montanhoso e a palavra Karabakh é de origem turco-persa e quer dizer literalmente “jardim negro”.
Os armênios, após séculos na região terão que viver na Armênia ou aceitar a cidadania do Azerbaijão, em uma solução de conflito extremamente controversa.
Fonte: CNN Brasil
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José Alencar Galvão de França
Economista, formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Master in Business Economics pela FGV-SP