Regiões próximas ao Mar Negro e à Cordilheira do Cáucaso, à Mesopotâmia e ao Rio Jordão, vivem por mais de um século conflitos sem fim.
Não é impossível perceber com facilidade que vários países em várias épocas interferem na vida das antigas populações do Oriente Médio e do Cáucaso.
Armênios, curdos, sírios, libaneses, palestinos e judeus correspondem às populações que passam por conflitos armados frequentemente.
A Armênia foi quase que totalmente dizimada pelo Império Otomano no início do século XX. A diáspora armênia levou quase toda a população sobrevivente a emigrar para outros países. São Paulo foi uma das cidades que recebeu milhares de refugiados armênios há aproximadamente um século.
Ao final da Primeira Grande Guerra, o Império Otomano chegou ao fim. Entretanto, a pequena população de armênios que conseguiu resistir ao sul do Cáucaso enfrentou novo domínio. Os russos, ainda não tinham saído dos anos sangrentos da Revolução Bolchevique e já começaram a invadir os territórios vizinhos, para formar o que se denominou de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A paz dos armênios durou menos de um ano.
A Armênia conseguiu nova liberdade após a queda do Muro de Berlin, com a consequente desintegração da URSS.
Infelizmente, livre da URSS, em 1991, ao mesmo tempo, começam os conflitos internos entre os armênios e os azeris e posteriormente com o Azerbaijão. A Turquia apoia o Azerbaijão. Houve interferência russa também.
Até aqui, vemos uma incidência de conflitos armados com a presença da Rússia, que tenta manter a mesma influência internacional da antiga URSS e pela Turquia, sucessora do Império Otomano.
Não muito distante, a Síria passa por uma guerra civil há mais de duas décadas, onde tragédias se sucedem: além do conflito interno, a Síria sofre com grupos terroristas. O Ocidente preferia a renúncia do governo ditatorial, mas a Rússia interferiu e conseguiu reduzir a influência dos grupos terroristas, mas a paz está longe de ser restabelecida.
Damasco, uma das cidades mais antigas do mundo, está preservada, o interior, porém, está devastado.
Com certeza, falta uma visão mais abrangente que possa atenuar as perdas irreparáveis na região.
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José Alencar Galvão de França
Formado em Direito pela USP e especialista em Direito Romano pela Universidade de Roma “La Sapienza”