A cidade de Taubaté descende de um dos povoados mais antigos do Estado de São Paulo. Como Vila, foi ponto de partida para a formação de outros povoamentos e, como Comarca, foi sede do célebre Convênio que dirigiu a política cafeeira no início do século XX.
O Vale do Paraíba, margens do quase sempre, em sua extensão, navegável Rio Paraíba, delimitado pela Serra da Mantiqueira ao Norte e pela Serra do Mar e Litoral Norte ao Sul, alcança a Grande São Paulo à Oeste e o Grande Rio à Leste. As duas serras, que concorrem paralelas em relação à evolução do rio preservam uma parte expressiva de mata nativa, próximas à linha do Trópico de Capricórnio.
A cobertura original da planície, entretanto, praticamente desapareceu, inicialmente com a cana de açúcar e finalmente com as plantações de café.
Décadas do plantio do café no século XIX exauriram os recursos do solo, o que impulsionou a criação de gado leiteiro, atividade que tem conseguido subsistir bravamente.
As atividades rurais parecem equilibrar o clima e a paisagem, com extensão que alcança os limites urbanos.
As cidades da região têm passado por muitas transformações nas últimas décadas. Impulsionadas pela industrialização desde a duplicação da Rodovia Presidente Dutra, enfrentam no século XXI uma fase de desindustrialização, crescimento populacional com consequente ampliação da área urbana e simultânea reafirmação de sua identidade rural.
A volta ao campo no Vale do Paraíba decorre tanto da subdivisão das antigas propriedades rurais quanto da valorização da estratégica produção leiteira nas regiões de mares de morros, desde Guaratinguetá até Paraibuna, percorrendo os contrafortes da Serra do Mar onde ficam as cidades de Cunha, Lagoinha e São Luis do Paraitinga.
Enquanto nas regiões onde predominam mares de morros prevalecem as pastagens de gado leiteiro, nas áreas de planície subsiste o não menos heroico cultivo de arroz, notadamente em Pindamonhangaba.
Em tese, tanto na planície quanto nas colinas e aclives, o Vale do Paraíba poderá sair vitorioso da equação campo-cidade se conseguir resolver problemas relacionados ao solo como erosão e revitalização, recuperação dos rios que compõem sua bacia hidrográfica e planejamento interurbano. Enquanto medidas de grande escala são distantes, os produtores rurais da região possuem a possibilidade de explorar o conceito de cinturão verde para o abastecimento de produtos hortifrútis, inclusive utilizando os cercamentos com espécies vegetais adequadas ao convívio com as atividades rurais existentes. Já, o poder público poderá implementar áreas de parques nos perímetros das cidades e assegurar a preservação das matas serranas e ciliares.
A cidade e as serras é o título de um romance escrito por Eça de Queiróz em 1.901.
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José Alencar Galvão de França