Atenas, ao contrário de Roma, possui poucos sítios arqueológicos. Porém, recentemente, com as obras de ampliação do transporte metropolitano subterrâneo, a cidade se confrontou com resquícios arqueológicos que demonstram a importância de seu passado.
Atenas chegou a ser totalmente murada. Entre outros inimigos teve a invasão persa através de Xerxes e a cidade que foi sua principal aliada, Esparta. Os muros foram construídos ainda no Período Clássico e retirados e reconstruídos.
A muralha protegia o acesso ao Porto do Pireu, para que seus habitantes pudessem acessar a sua frota naval rapidamente e com segurança.
Além da muralha que protegia quase toda a área urbana e o corredor até o Pireu, a Acrópole possuía uma proteção natural em decorrência de seu próprio relevo. O Partenon era visível do mar. Os marinheiros distinguiam a cidade pela visão do Partenon e dos armazéns do Porto do Pireu.
O Templo de Palas Atena, conhecido como Partenon, passou por um reforço estrutural que aproveitou cilindros de mármore ainda dispersos na Acrópole. A pedreira que forneceu os mármores originais conseguiu restaurar e recompor pequenos detalhes, sem que fosse uma reconstrução, mas um intento de deixar em pé tudo o que restou da colunata do perímetro externo.
Enquanto a cidade possui menos sítios arqueológicos que o esperado, o Museu da Acrópole é surpreendente e guarda esculturas e objetos coletados na região. O Museu tem sido constantemente ampliado e almeja receber as esculturas dos frisos que foram retiradas pelo Lorde Elgin no início do século XIX, expostos atualmente no Museu Britânico.
O século XIX foi responsável por um descuido da organização de Atenas rumo ao seu crescimento. Assim como várias cidades da Europa, Atenas cedeu à transformação e à vocação de metrópole.
Além de ter sido descuidada com a preservação de sítios arqueológicos, Atenas tem sofrido com as ilhas de calor.
A temperatura na cidade possui variação de cinco graus entre os pontos mais frios e mais quentes. Proximidade do mar atenua a temperatura, além da existência de alguns parques e praças na área central.
Assim como Berlin, Atenas tem se esforçado em ampliar a área verde, estrategicamente, de forma a reduzir a temperatura na cidade. Adicionalmente, com a incorporação de uma crescente arborização, a cidade intenciona também ampliar a absorção de água pluvial em seu lençol freático. Na equação, mais sombra de árvores e mais terra no lugar de asfalto, poderá significar uma uniformidade na temperatura na cidade. O exemplo de Atenas, juntamente com Berlin, abrirá um novo compêndio para a correção climática nos grandes centros urbanos.
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José Alencar Galvão de França
Arquiteto
alencargalvao@terra.com.br
