Ministério da Economia divulgou nota respondendo à afirmação do presidente da Petrobras de que pode faltar o combustível no país
O ministério de Minas e Energia (MME) divulgou nesta sexta-feira, 27, que o Brasil tem estoque de óleo diesel S10 equivalente a 38 dias de importação. “Se as importações desse combustível fossem cessadas hoje, os estoques, em conjunto com a produção nacional, seriam suficientes para suprir o país por 38 dias”, diz a nota da pasta.
O volume representa aumento de 26,7% desde o último monitoramento do ministério, que antes projetava 30 dias de autonomia. De acordo com o MME, o combustível possui papel de destaque na matriz brasileira de transporte e nível de dependência externa da ordem de 30%.
Nesta sexta-feira, o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, enviou um ofício à Agência Nacional do Petróleo (ANP) alertando sobre o “elevado risco de desabastecimento de diesel no mercado brasileiro no segundo semestre de 2022”. A decisão de comunicar oficialmente o governo foi tomada em reunião do Conselho de Administração da estatal na última terça-feira, 25, depois de um longo debate sobre o tema.
“Destaca-se que os fatos elencados pela Petrobras em sua carta, como a redução da oferta e dos estoques mundiais de óleo diesel, em função da conjuntura energética mundial, e o aumento da demanda pelo produto, no segundo semestre do ano, são fatos amplamente conhecidos e monitorados”, informa o MME.
A pasta diz que por conta da situação do mercado global de óleo diesel e os possíveis impactos para o país instituiu, no último dia 10 de março, o “Comitê Setorial de Monitoramento do Suprimento Nacional de Combustíveis e Biocombustíveis”, de caráter executivo.
O Comitê é coordenado pelo MME e tem a participação da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e associações representativas e agentes do setor, incluindo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom), a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a Acelen e a Petrobras. O grupo reúne-se semanalmente às segundas-feiras.
“O Ministério de Minas e Energia segue atento aos movimentos do mercado doméstico e internacional, mantendo o monitoramento de forma intensa e constante para adotar medidas tempestivas em conjunto com os demais órgãos governamentais nas esferas das suas respectivas competências, conforme a evolução do cenário”, diz a nota, destacando ainda que a pasta, “quando do início do conflito que eclodiu no leste europeu, com reflexos na conjuntura energética global, adotou medidas imediatas para intensificar o monitoramento dos fluxos logísticos e da oferta de petróleo, gás natural e seus derivados, nos mercados doméstico e internacional.”