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sexta-feira 15 novembro 2024
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Governo espera renegociação de R$ 50 bilhões pelo Desenrola até o fim do ano, diz Haddad

Durante participação no programa “Bom Dia, Ministro” desta quarta-feira, 2, ministro da Fazenda adiantou os próximos passos do programa

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse durante participação no programa “Bom Dia, Ministro”, desta quarta-feira, 2, que a expectativa do governo é que o programa Desenrola Brasil renegocie R$ 50 bilhões em dívidas bancárias até o final do ano .

“Se tem uma coisa que é verdade no Brasil é que as pessoas têm muito apreço por manter o seu nome, mas, com essas taxas de juros, nem sempre conseguem”, afirmou o ministro.

Para ele, às vezes as pessoas entram num crediário, num crédito rotativo do cartão de crédito e não consegue sair. “O governo, pela primeira vez, está fazendo um amplo programa para equacionar esse problema e permitir às famílias que voltem ao consumo de maneira sustentável”, ressaltou.

O ministro falou ainda sobre os próximos passos do programa, que visa a renegociação das dívidas no varejo, fora do sistema bancário. “Vamos, agora no mês de agosto, fazer um leilão dos credores. O que significa isso? O credor que der o maior desconto, vai ter a sua dívida garantida pelo Tesouro Nacional.”

Mas Haddad pontuou que não faz sentido o Tesouro Nacional dar um aval e uma garantia de 100% de recebimento pelo credor se, em contrapartida, não exigir dele um grande desconto que beneficiar o devedor.

“O que nós queremos é usar a força do Estado para beneficiar a parte mais frágil dessa relação. Então, você pode aguardar que, em setembro, a segunda fase do Desenrola vai estar em operação plena com as dívidas não bancárias.”

Em duas semanas do programa Desenrola Brasil, o volume financeiro de renegociação de dívidas atingiu a marca de R$ 2,5 bilhões, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgados nesta segunda-feira (31).

O montante representa aumento de quatro vezes ao registrado durante a primeira semana de operação.

Foram mais de 400 mil contratos de dívidas negociados daqueles que pertencem à Faixa II, que engloba pessoas com renda igual ou inferior a R$ 20 mil.

Durante o período, cerca de 3,5 milhões de pessoas com dívidas de até R$ 100 nas instituições financeiras tiveram seus nomes desnegativados.

Veja quem pode sair da lista de negativados

Podem ficar com o “nome limpo” aqueles que têm dívidas de até R$ 100 com bancos que tenham aderido ao Desenrola.

Por exemplo, Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e Caixa confirmaram a participação no programa.

A primeira etapa do Desenrola contempla também pessoas com renda mensal igual ou inferior a R$ 20 mil, organizadas na Faixa II.

O atendimento a este grupo é destinado para renegociação de dívidas bancárias de qualquer valor.

As dívidas poderão ser pagas em até 12 parcelas.

Para renegociar suas dívidas, os devedores precisarão entrar em contato diretamente com os bancos, seja presencialmente ou por canais da própria instituição.

O aplicativo do programa ainda não poderá ser utilizado para negociações.

Com o intuito de não estimular novas dívidas, o governo anunciou que só serão contempladas no programa dívidas inscritas até 31 de dezembro de 2022.

Nesta primeira etapa, o Ministério da Fazenda projeta que serão beneficiadas cerca de 30 milhões de pessoas.

Segunda fase

O programa entra com força total a partir de setembro.

Além do lançamento do aplicativo, o Desenrola Brasil passará a contemplar também os devedores da Faixa I.

O governo estima que, no total, o programa pode atender até 70 milhões de pessoas.

Na Faixa I serão atendidas pessoas inadimplentes que possuam renda mensal de até dois salários mínimos – R$ 2.640 – ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Poderão ser negociadas dívidas de até R$ 5 mil, incluindo passivos com setor de serviços, como contas de luz e dívidas com varejo.

Para participar dessa etapa do programa, é necessário que o devedor tenha cadastro no gov.br, plataforma do governo destinada para acessar serviços públicos digitais.

O registro pode ser realizado diretamente no portal do Governo Federal.