Divulgação de estimativa de mortes apontada por matemático da FGV está equivocada; se aplica no país todo e é dez vezes menor
O Governador João Doria e o Secretário de Educação Rossieli Soares confirmaram nesta sexta-feira (17) que a previsão para o retorno das aulas presenciais segue mantida para o dia 8 de setembro. A retomada, entretanto, está condicionada se todas as regiões do estado permanecerem na etapa amarela do Plano São Paulo – a terceira menos restritiva segundo critérios de capacidade hospitalar e progressão da pandemia – por 28 dias consecutivos.
“O retorno às aulas só vai ocorrer a partir de critérios estabelecidos pelo Centro de Contingência, garantindo a segurança aos alunos, professores e servidores da rede pública de ensino”, afirma Doria.
A confirmação foi feita em coletiva no Palácio dos Bandeirantes com o esclarecimento sobre um equívoco na divulgação de um estudo realizado pelo professor Eduardo Massad, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta semana. Ao contrário do que foi divulgado, de que poderia haver 17 mil mortos, o correto é uma estimativa dez vezes menor: 1.557. É importante ressaltar que o indicador não se refere somente ao estado de São Paulo, e sim ao Brasil todo. Também engloba todos os níveis da educação, com alunos de 1 a 19 anos, e não é exclusivo à educação infantil.
Além disso, os resultados são apenas uma estimativa do que poderia ocorrer no Brasil.
Estimativas locais poderiam ser feitas com resultados que poderiam diferir bastante dos relativos ao país.
A correção foi feita pelo próprio Eduardo Massad, em comunicado à Secretaria Estadual da Educação. “Muito mais importante que a data é termos as condições obrigatórias sendo cumpridas. Ou seja, só voltaremos em 8 de setembro se as condicionalidades determinadas pelo Centro de Contingências forem cumpridas”, afirma Rossieli Soares.
O secretário ainda alertou que a análise foi feita com base nos dados epidemiológicos registrados hoje e não na data da eventual abertura, no mês de setembro. “Isso é muito importante. Se a condição fosse hoje em 8 de setembro, nós não voltaríamos”, explica Soares.
Para o secretário, 1.557 é um número “considerável”. “Por isso que estamos alertando, nós não aceitamos e vamos trabalhar com absoluta segurança nesse processo. Só voltaremos com a área da saúde falando que é possível retornar dadas as condições que teremos lá na frente. Nossos protocolos estão mantidos.”
Um deles, por exemplo, é não permitir que as pessoas que compõem o grupo de risco retomem as atividades presencias, sejam funcionários ou alunos. Segundo Rossieli, nos dias 24 de julho e 7 de agosto haverá novos boletins epidemiológicos que vão nortear a decisão da retomada em setembro.