A partir do dia 21 de março, são esperados 900 mil idosos com intervalo mínimo de quatro meses entre as dosagens
O governo de São Paulo anunciou, nesta quarta-feira, 16, a quarta dose da vacina contra a Covid-19 para idosos com mais de 80 anos. O governador João Doria (PSDB) confirmou a nova etapa de imunização durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.
A partir do dia 21 de março, são esperados 900 mil idosos com 80 anos ou mais e que tenham um intervalo mínimo de quatro meses entre a ultima dose e a nova. A coordenadora do PEI (Programa Estadual de Imunização), Regiane de Paula, ressaltou que a nova etapa da imunização contra Covid se inicia com a parcela da população mais vulnerável. “Temos as vacinas disponíveis e com a Ômicron tivemos um pequeno aumento de mortes nessa faixa etária”, afirmou ela.
O secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, informou que a taxa de ocupação nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) no Estado é de 31,1% e na Grande São Paulo, de 31,9%. O estado tem, nesta quarta-feira, 1.096 internados em UTIs. Nas últimas seis semanas, houve uma queda de 77% nas internações, passando de 11.500 pessoas internadas para 2.600 internadas em enfermarias e UTIs.
Gorinchteyn lembrou ainda que no pico da segunda onda da pandemia o estado registrou 13.150 pessoas apenas nas UTIs e mais de 32 mil internados em todos os hospitais do estado. De acordo com os dados da pasta, na última semana epidemiológica, houve uma queda de internações de 18,9%, um aumento de 41,7% no número de casos, de 6.664 para 9.443 casos, em razão da subnotificação decorrente do período do carnaval.
Em relação às demais faixas etárias, Regiane de Paula afirmou que há a possibilidade de ampliar o calendário vacinal da quarta dose. “Temos a probabilidade de aumentar esse calendário para 60 anos ou mais, mas, nesse momento, vamos focar nessa população que iniciou a vacinação, é a população alvo, mas traremos novos cronogramas”, disse ela sem dar uma data específica para as novas faixas etárias.
O secretário de saúde disse também que São Paulo faz monitoramentos para detectar a presença de novas variantes, inclusive a Deltacron. “É comum que as variantes surjam, São Paulo tem feito todo o monitoramento de novas variantes. Felizmente não temos nenhum caso, mas é uma variante de atenção, diferentemente da Ômicron e da Delta, que eram variantes de preocupação”, disse Gorinchteyn.
O coordenador do Comitê Científico, Paulo Menezes, afirmou que o órgão acompanha diariamente o avanço da pandemia no mundo. Segundo ele, a cobertura vacinal coloca o país em uma posição favorável em relação às novas variantes. “A subvariante BA2 tem mostrado maior capacidade de transmissão do que BA1. Mas a nossa interpretação é que a disseminação está mais relacionada à cobertura vacinal do que a variante propriamente dita”, disse ele.
“São Paulo tem essa cobertura que nos coloca como uma das populações mais bem vacinadas do mundo. Com isso, entendemos que estamos em uma posição mais favorável.”