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sábado 23 novembro 2024
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Governo anuncia destinação de R$ 100 milhões para cirurgias de reconstrução mamária via SUS

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, aproveitou a temática e a importância do Outubro Rosa para anunciar ações de combate ao câncer de mama

O Ministério da Saúde aproveitou o mote do Outubro Rosa, mês voltado para conscientização e prevenção do câncer de mama, para anunciar a destinação de R$ 100 milhões em recursos para cirurgias de reconstrução mamária via SUS (Sistema Único de Saúde).

A portaria que libera a quantia foi assinada nesta quarta-feira, 19, pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em cerimônia na sede da Caixa, em Brasília.

Durante o evento, o banco anunciou que divulgará, por meio do aplicativo Caixa Tem, informações preventivas de combate ao câncer de mama.

“Vamos enfrentar e vencer o maior assassino de mulheres do mundo e de nosso país com políticas públicas eficientes”, disse Queiroga.

Segundo o ministro, o Brasil já conta com “a mais avançada das legislações sanitárias do mundo, que é a Lei 8.080”, e que o que falta é “dar eficiência a elas, o que só será conseguido com equipes técnicas e elaboração de políticas baseadas em critérios epidemiológicos, socioeconômicos e demográficos, e análises técnicas da factibilidade logística e operacional dessas políticas públicas”.

No ano, segundo Queiroga, foram alocados R$ 2,6 bilhões para o enfrentamento do câncer.

“Quando incentivamos o aleitamento materno, estamos prevenindo o câncer de mama. Quando estimulamos a prática de atividades físicas ou combatemos a obesidade, estamos prevenindo o câncer de mama. Essas ações são muito mais eficientes do que condutas obstinadas com quimioterápicos experimentais”, disse o ministro, lembrando que a mamografia, enquanto política de rastreamento de câncer de mama, é indicada a pessoas com idade a partir dos 50 anos.

Reconstrução mamária

Os R$ 100 milhões anunciados hoje têm como objetivo “fortalecer o rastreamento, visando o acesso a cirurgias de reconstrução mamária em casos diagnosticados submetidos a mastectomias no âmbito do SUS”, segundo a secretária de Atenção Especializada à Saúde, Maíra Botelho.

Sobre o Outubro Rosa, a secretária destacou a necessidade de aproveitar o período para chamar a atenção de toda a população.

“Queremos a população informada e os profissionais, qualificados”, disse ela, enfatizando que o câncer de mama é uma preocupação que deve ser lembrada todos os meses do ano e que a reconstrução mamária é “importante para retomar a autoestima e a vida normal das mulheres”.

A chefe da área de mastologia de uma das unidades do Hospital do Câncer e médica do Instituto Nacional do Câncer, Fabiana Toneloto, disse que, com relação à reconstrução mamária, sua experiência profissional “mostra que, mesmo com a reconstrução, o primeiro impacto pós-cirúrgico é muito difícil” para as mulheres.

“Os primeiros momentos de retirada do curativo e com o esposo são muito dolorosos. A reconstrução mamária ajuda a amenizar essa dor”, disse.

Segundo a mastologista, nem toda a paciente é candidata à reconstrução mamária, pois “há casos em que é melhor a reconstrução tardia, e não imediata, para que a chance de cura seja maior”.

Caixa Tem

Durante o evento, foi assinado também um acordo de cooperação técnica entre Ministério da Saúde e a Caixa, para que as cerca de 27 milhões de mulheres que acessam o aplicativo Caixa Tem possam obter “informações preventivas e de combate ao câncer de mama”.

A presidente da Caixa, Daniella Marques, disse que pretende aproveitar a presença do banco em todo o território nacional para “integrar esforços com o ministério, visando conscientizar os brasileiros” sobre as medidas de prevenção e combate à doença.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, disse ser necessário que a campanha foque também o público masculino.

“Estamos todos aqui porque acreditamos na importância da prevenção, e falamos também com os homens, que são filhos, esposos e pais”, disse.

E acrescentou: “Esse assunto interessa a todos nós, e o compartilhamento de informações é o que nos move e o que dá sentido à nossa pauta para alertar a população sobre uma doença que pode ser prevenida, e que afeta toda a família, porque quando um parente nosso adoece, afeta a todos”.

A ministra também ressaltou o papel de todos integrantes da família para “batermos na tecla da prevenção”, em especial na necessidade de fazer autoexames e exames anuais de rotina.

A secretária substituta de Atenção Primária à Saúde, Daniela Ribeiro, preconizou que as ações do Outubro Rosa devem ser feitas de outubro a outubro e abrangem também a conscientização da população, a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, o cuidado preventivo anual, o compartilhamento de informações sobre a doença e o fortalecimento do atendimento às mulheres nos estabelecimentos de saúde.

“Estimamos 66.280 novos casos para o ano de 2022. São muitos casos. Esta é a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres”, disse.

Segundo Daniela Ribeiro, há no país 48 mil unidades básicas de saúde e 1.884 unidades de saúde da família, além de equipes de consultório na rua, “preparadas para auxiliar as mulheres a lidarem com essa situação”.

Linha de cuidado

A secretária aproveitou a data para divulgar uma importante ferramenta de ajuda na prevenção à doença: a Linha de Cuidado do Câncer de Mama.

“Essa linha é caracterizada pela padronização de técnicas e descrições do itinerário do paciente dentro da RAS [Rede de Atenção à Saúde], contemplando informações relativas às ações e atividades de promoção da saúde, prevenção, detecção precoce, diagnóstico, tratamento e reabilitação”, explicou.

A principal porta de entrada do usuário é a APS (Atenção Primária à Saúde), que faz o papel de ordenadora da rede. Lá, o profissional de saúde consegue identificar a doença e fazer o tratamento, o acompanhamento passo a passo.

“Ele direciona, organiza e auxilia as equipes de saúde da família, as equipes de unidades básicas de saúde e as equipes de pronto atendimento do Samu e dos hospitais especializados no acompanhamento e no tratamento de mulheres e indivíduos que precisam de apoio”, finalizou Daniela Ribeiro.