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segunda-feira 23 dezembro 2024
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Giramundo – Quebra das bolsas ou bolha do sistema capitalista?

Esta semana foi marcada por uma situação de queda nas bolsas de valores do mundo inteiro. Um dos quesitos que levou à queda das bolsas pelo mundo afora foi a queda do preço do barril de petróleo que levou muitos países e investidores a grandes perdas no mercado financeiro. Mas, ao que parece, isso é recado para o mundo que só pensa em explorar as massas trabalhadoras, colocando os lucros acima de tudo e de todos. O discurso pronto que os capitais internacionais são geradores de empregos pode estar falhando e os trabalhadores estão adoecendo, e com isso perdendo a sua capacidade produtiva, levando os mercados a um encolhimento.
O capital ignora as pessoas, mas precisa delas o tempo todo, e o exemplo está aí, com a expansão do vírus Covid 19, que ultrapassou as fronteiras da China e dos países asiáticos, chegando à Europa e à América, de norte a sul. As pessoas, diante desses fatos novos, e o avanço da doença de forma rápida, precisam se arriscar menos viajando menos e, por isso a venda de passagens aéreas caiu vertiginosamente, deixando as empresas do setor com um déficit nos seus lucros. E pior, essa possibilidade de diminuir ainda mais, é real e pode colocar o mundo capitalista sob a parede, na medida em que o processo produtivo globalizado se estende a todos os setores da economia mundial, deixando marcas indeléveis sobre os ombros da classe trabalhadora, que sempre é penalizada para a manutenção dos lucros e dos interesses financeiros globais.
Os discursos dos economistas são sempre os mesmos, se esquecendo de que quando não há trabalho não há riqueza e nem mesmo a manutenção da mesma. Alguém, com uma grande soma em dinheiro, não pode deixar de comer e beber, e isso só existe se tiver produção chegando aos mercados. É lógico que há indivíduos que podem se dar ao luxo de tomar uma garrafa de vinho de uma determinada safra desembolsando alguns milhares de reais, mas esse dinheiro acumulado vem de outros trabalhadores que serviram a algum tipo de exploração que concentra a renda ao extremo, deixando o povo fora da participação na produção de riquezas. Um exemplo bem claro disso é o Brasil, que a cada dia que passa, faz sempre novas reformas, buscando favorecer as elites que procuram dominar os meios de produção, deixando os trabalhadores cada vez mais pobres e sem recursos para melhorar a sua educação, a sua saúde e a sua qualidade de vida, para que possa morar melhor e correr menos riscos, com excesso de chuva durante o verão que por condições climáticas criadas pelo descaso com a natureza em favor do lucro só tende a piorar.
Agora que a doença está batendo à porta de todos e o trabalho está ficando mais difícil, a manipulação de muitos governantes ainda se faz presente, mas isso pode ter mais consequências negativas do que possamos imaginar. Para tanto basta ter que parar o meios de produção por algumas semanas, caso decida agora sobre necessidade do cuidado com quem produz riquezas, mas caso isso seja potencializado com o prolongamento, o custo será muito maior, com grandes prejuízos. Só há uma coisa a ser feita por todos: pensem na vida e na preservação da mesma e não seja mais egoísta do que já tem sido, com os lucros mal divididos. É preciso melhorar o mundo, e melhorar esse mundo implica em mais humanidade e menos discursos forjados pelos donos do poder que, de longe, desafia a todos, impondo fé, razão, medo, desespero, apropriação do trabalho alheio sem nenhum escrúpulo com os males causados ou produzidos pela própria ganância.
Está na hora de sermos mais coerentes, deixando de lado os pensamentos medíocres de negação da ciência e buscarmos uma união verdadeira sobre a necessidade de um trabalho mais digno para todos os seres humanos. Não é mais possível vivermos sob o jugo de alforriado pelos donos do poder, sem nada ter na conta dos lucros que apenas serve ao processo de globalização da pobreza, que avança sobre todos nesse momento mais difícil, que requer muitos sacrifícios. Quem precisa fazer sacrifícios é o lucro e seu jogo especulativo nas bolsas de valores pelo mundo afora. As Bolsas podem quebrar , mas a saúde dos trabalhadores não pode ser comprometida pelo lucro aviltado desse sistema ultraliberal. Então, temos que ir além da cobrança, precisamos botar nossas verdades para fora, fazendo os donos do poder vomitar o que comeram a mais, sacrificando nações inteiras.
A terra não e plana e seus recursos pertencem a todos e, por isso está na hora de operamos com os acontecimentos do mundo, deixando os acontecimentos a controlar nossas vidas e a nossa saúde, respeitando o direito dos outros de vida digna, sem intromissão de governos apedeutos ou inescrupulosos.

Oswaldo Macedo