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quarta-feira 25 dezembro 2024
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Giramundo – Civilização ou barbárie?

Durante muito tempo, venho pensando em escrever um artigo que reflita as condições econômicas e sociais do Brasil hodierno. A história que antecede os fatos é mais complexa do que pode imaginar qualquer cidadão em sã consciência, neste século permeado de horrores. Há muitos atavismos no ódio chauvinista, representado pela direita xenófoba, misógina, racista, sem ética e respeito pelo ser humano e sua diversidade de gênero. Nada tem sido maior do que os sujeitos e as orações assindéticas ou adversativas mal empregadas no adiantado da hora, sob um pesadelo de um grande faz de contas, enganando a todos, enchendo de má fé e retórica a busca pela cidadania.
Esse vilipêndio social vem tomando de assalto às ruas e, de soslaio, impedindo o ir e vir das pessoas, coisificando a cidadania, criando monstros covardes que ousam matar as sementes da democracia, dando lugar ao cinismo da ditadura mal resolvida, do passado assaz que vivera o país após o golpe de 1964 e, mais recente, com o impedimento de Dilma Rousseff e a expulsão de Evo Moralles do poder, na Bolívia-e muitos outros intrometidos espalhados pela América Latina que buscam o poder, mesmo que para isso tenha que entregar tudo aos donos do poder, tudo o que conquistamos. Esses donos poder vivem longe da miséria, mas se enriquece cada vez mais com os lucros sobre ela, explorando as almas desvalidas que trabalham muito e nada têm. Essas atitudes não são oriundas de um projeto puramente interno, mas tem sido tangenciado pelos interesses econômicos regidos pelos Estados Unidos, que perceberam eficiência em outras formas de golpes plantados judicialmente, comprados por serviços ou agentes secretos.
A falta de um mapa geopolítico capaz de buscar ações multilaterais, suscitando o desenvolvimento local e, a partir daí, seguir rumo a outros horizontes que se perderam no entreguismo, na falta de caráter, e na ausência de alternativas voláteis para os mercados integradores de espaço e mercadorias manufaturadas. É preciso equilíbrio, prudência no desenvolvimento interativo das relações bilaterais, mas elas necessitam cada vez mais de esforços e negociações para que a volatilização na se regule em uma verdadeira dependência.
A retórica tem sido cada vez mais próxima do caos econômico e social, com as indústrias sumindo do cenário nacional. Diante disso o capital internacional, ligado aos abutres, leva cada vez mais, deixando para nós o espólio da miséria que só se amplia. As políticas de desenvolvimento internacional nunca atingem as massas dos países em via de desenvolvimento e, no entanto, somam lucros cada vez maiores sobre os direitos das massas trabalhadoras, que não recebem nada em troca, além do seu mísero salário que, a cada dia que passa, fica menor e mais dependente do sistema dominante. O enfraquecimento do Estado e sua busca pelo desenvolvimento beira o pior dos mundos, aproximando determinados grupos, que conduziram milhões ao extermínio em nome de poder ideologicamente forjado na violência e desrespeito aos direitos do homem e do cidadão. Essa coisificação do ser humano não pode persistir com tanta gente de braços cruzados, esperando que outro resolva o problema que é seu. Acorda, Brasil! Abra asas para a liberdade e volte a sonhar com um mundo melhor, criando uma sociedade capaz de viver em paz, cumprindo com seus deveres e sendo respeitada por todos, aqui e lá fora. Chega de gritos de seres inescrupulosos que acham que o Estado é seu puxadinho e, com isso, podem fazer o que bem entendem, manipulando a própria Constituição com a miséria do poder e a coisificação das massas desnutridas pelo próprio atavismo de poder, imposto pelas elites dominantes, que detêm a maior parte da renda através do trabalho barato, da escravidão de crianças e domínio sobre os povos nativos, que têm lutado muito contra tudo isso.

Por Oswaldo Macedo