Quanto mais pensamos sobre as decisões políticas do Brasil internamente e no campo internacional, mais nos surpreendemos com o que estão fazendo com os direitos do povo brasileiro. Por isso, temos muitas perguntas e poucas respostas, pior, só há respostas negativas que ficarão nos anais da história como um atropelo ao desenvolvimento da sociedade e a divisão de suas riquezas. As ações do Estado se comportam como um cadáver que ri durante o seu próprio funeral. Ao mesmo tempo, tem espaço para dizer que há um misto de Estado profundo somado à ignorância e à falta de conhecimento sobre geopolítica que, de certa forma, acabou absorvido por outro modelo de Estado profundo, que internamente coloca tudo na sua órbita de interesse. Assim, os EUA vêm colocando o Brasil no centro da tormenta, destruindo nossas conquistas internacionais e o respeito político e diplomático que o país adquiriu ao longo de sua história.
Esse desconhecimento sobre geopolítica pela equipe do atual governo tem sido um óbice pela sua falta de formação, desrespeito aos intelectuais e às universidades públicas, que precisam de independência no processo administrativo e no fomento a pesquisa, buscando melhorar as relações internas e externas com a sociedade. O avanço dessas relações está ligado à busca de novos conceitos e caminhos no mundo global, que possam dar ao país mais protagonismo regional, e quiçá, de alcance mundial através do corpo diplomático. Elas, as universidades, não podem mais contar com esse apoio, o Estado se transformou em um inimigo do Estado e desgasta o próprio sistema com medidas de governo que sempre desconsideram a própria história do país em suas relações com o mundo. Um país não pode ser dependente de outros em suas relações com o mundo. Não podemos estar sujeito a um discurso único sob orientação de uma grande potência, por mais afinidades que possamos ter com esse ou aquele país. O protagonismo de cada país depende do seu povo e de sua própria história no mundo.
Assim, nossa história está deixando de ser contada, ser relevante no mundo global, passando a ser importante apenas no mundo das fake news e das ideias vazias de pensadores que, na verdade, não são pensadores, são proselitistas cercados de interesses e discursos pseudoideológicos, sem nenhum fundamento. Tudo isso tem uma única definição: entreguismo barato, cercado de propósitos ultraneoliberais que vão, aos poucos,, se somando a esse modelo híbrido, de caos e Estado profundo para degenerar toda a sociedade e os seus mecanismos de funcionamento.
Hoje, não podemos deixar de lado essa ideia do país abrir mão do seu status internacional junto aos países em via de desenvolvimento, para se alinhar a OCDE, sem nenhum acordo previamente estabelecido. Qualquer acordo nessa linha exige muitas negociações e diplomacia para que seja assinado, respeitando os interesses locais, regionais e globais. Não dá para ser um país sob a tutela de outro, e nem mesmo buscar protagonismo global sob a dependência geopolítica de outros que colocam sempre à frente seus interesses, explorando a região e colocando sob risco qualquer tentativa de ampliar o processo social e democrático, ou mesmo respeitando a adversidade entre os povos dentro de seu território. Assim, não dá mais, pois é preciso saber ser par, saber crescer e desenvolver cada espaço, sem prejudicar mais a educação, saúde , a segurança e, acima de tudo, à verdade sobre as coisas. Chega de fake news, precisamos de realidade e liderança local e global. Um país que não consegue resolver os problemas das filas do INSS, não pode querer ser menos do que já é e, isso é uma questão de respeito aos direitos do seu próprio povo.
Por Oswaldo Macedo