Japão e Brasil – união de povos
Para o Japão, a importância de evidenciar a natureza está impressa no centro da bandeira nacional. O círculo vermelho representa o sol. A criação da atual bandeira japonesa é de 1871.
Terra do Sol Nascente – a beleza ambiental do Japão é maravilhada de montanhas e recheada de lindos parques, detalhadamente, bem cuidados. Segundo a origem lendária da sakura, cerejeira, em japonês, vem da princesa Konohana Sakuya Hime que teria caído do céu nas proximidades do vulcão adormecido e de majestosa beleza para o mundo – o Monte Fuji. E ela, a princesa, se transformou na bela flor.
Acredita-se também que sakura possui origem na cultura do arroz. A parte (kura) do nome quer dizer, recipiente de guardar arroz. Além de alimento básico é considerado próspero e sagrado para a cultura japonesa.
Sakura, flor de cerejeira, é a flor símbolo do Japão. Simbologia arraigada na cultura nipônica de preservar e cultuar a flor, assim como, a bandeira e o hino do Japão.
Pela suavidade da flor de cerejeira com tons rosados, ela é interpretada pelo sentido de beleza feminina, amor, felicidade e esperança.
Parque das cerejeiras – visitantes aproveitam o espetáculo da florada
Hoje, existem catalogadas mais de 300 variedades de cerejeiras no Japão. A cerejeira da família das rosáceas, gênero prunus, tem origem na China e Índia.
No estado de São Paulo, as três espécies de cerejeiras que melhor se adaptaram ao solo e o clima são: yukiwari, himalaia e okinawa.
O parque das cerejeiras do Sakura Home de Vila Albertina, em Campos do Jordão, comemora a 51ª Festa da Cerejeira em Flor. O evento com duração média de 22 dias, a partir da segunda quinzena do mês de julho, até a segunda semana do mês de agosto.
O Sakura Home possui uma extensa área plantada com árvores de cerejeiras. Espaço convidativo à visita.
A festa em Campos do Jordão conta com várias atrações musicais com repertório cantado em japonês, além de apresentações artísticas, como o taiko (show com tambores), sakura odori (dança da cerejeira), outras atrações da região e da cultura oriental.
O origami, artesanato originário do Japão que usa técnica de dobraduras de papel para representar objetos e seres. A arte ganhou asas pelo mundo com a inventividade e beleza. Tsuru – ave sagrada no Japão, é simbologia de saúde, felicidade, fortuna e longevidade. Reza a lenda que o tsuru chega a viver até mil anos. Daí o propósito de se fazer 1000 tsurus para realização de um desejo. Usado como decoração de festas, ano novo, casamentos, batizados e oferendas nos templos budistas acompanhados de pedidos de proteção. Essa arte é de excelente função terapêutica em qualquer idade. Promove as funções de concentrar, persistir, ativar memória, manter a calma e disciplina.
O espaço promove feiras de artesanato, malharia e praça da alimentação com pratos típicos da culinária japonesa: sushi, sashimi, tempura, yakissoba, sukyaki, udon e variedades.
No ambiente de casa
Tonalidades da cerejeira – natureza em harmonia
Longevidade – vinculado à tradição, aos 93 anos, japonês usa a técnica do origami para fazer tsurus
Visitantes do Japão, aqui no Brasil contam, em inglês, sobre a tradição das cerejeiras no país de origem.
“No Japão, procuramos ficar juntas, no meio e debaixo das árvores de cerejeira com os nossos avós, pais, irmãs(os), demais familiares e pessoas amigas.
Temos o costume de celebrar essa festa, com muita diversão, música, lembrancinhas, comidas de temporada, e os momentos alegres das “cherry blossoms” (flores de cerejeira) sempre do ano atual.
Procuramos guardar todos os instantes em fotos e vídeos. Quando acaba a florada, ficamos aguardando pela próxima festa da sakura do ano seguinte.
Durante o curto período, em média, de uns doze dias de muita comemoração, costumamos, também, reservar tempo para refletir sobre nossas vidas. As pessoas procuram fazer muito isso no Japão. É como renovar a própria vida.
É igual a vida das cerejeiras que, também, se renova para mais um ano de flores que traz harmonia à vida das pessoas, junto à natureza.
Estamos surpresas e agradecidas de estarmos em volta do hana mi – admiração profunda pelas lindas flores rosadas – costume que temos em todo o Japão. E, claro, tivemos essa oportunidade aqui no Brasil.”
Contam as irmãs Mayumi e Megumi, professora e arquiteta japonesas, respectivamente, que visitam o Brasil.
Tibério de Sá Leitão – Jornalista