Alunos que participaram da iniciativa em parceria com o Instituto Cultural de Cerâmica de Cunha se destacam e vão se especializar no exterior; novas turmas beneficiam 56 pessoas
A Fibria apoia desde 2016 a capacitação de jovens para o ofício de ceramistas, em Cunha, no projeto “Arte e Terra”. Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento social da comunidade e manter viva uma tradição histórica da cidade, a parceria com o Instituto Cultural de Cerâmica de Cunha (ICCC) vai beneficiar 56 pessoas neste ano, e vem colhendo bons frutos com o destaque de jovens que participaram do projeto.
Os novos cursos, de níveis básico e avançado, têm a participação dos alunos da rede estadual de ensino e de moradores do bairro Vargem do Tanque, zona rural da cidade, que vem recebendo as atividades do projeto desde o ano passado.
“Os frutos do projeto, com o fortalecimento de uma manifestação cultural tão importante para a cidade e as conquistas dos alunos, mostram que estamos no caminho certo para o desenvolvimento sociocultural da comunidade, uma preocupação constante da Fibria. Os participantes ganham uma nova oportunidade de renda e muitos pretendem seguir a carreira artística”, diz o consultor de sustentabilidade da Fibria, Adriano Martins.
Além da satisfação de aprender uma arte que é marcante na cidade, atraindo grande número de turistas para visitar seus vários ateliês, principalmente no período de abertura de fornos, os alunos ganham motivação com o exemplo de ex-participantes do projeto, que saíram das oficinas para buscar novos desafios.
É o caso do José Augusto Alves de Oliveira, 15 anos, morador do bairro Vargem do Tanque, que se apaixonou pela cerâmica e está motivado a resgatar a vocação do local onde nasceu.
“Eu nem sabia o que era cerâmica, mas quando falaram que ia ter o curso, fui ver o que era e isso acabou transformando a minha vida. Vejo como uma possibilidade de trabalho e tento ensinar o que já aprendi para outras pessoas do bairro”, conta o jovem, que ao lado da amiga Bruna Letícia Vieira está ensinando outros colegas do 9º ano na escola que frequentam.
José Augusto Alves de Oliveira também tem a perspectiva de fazer um curso no exterior. “A ceramista Adriana Martinez esteve aqui no ano passado, nos ajudou a montar o forno na escola e comentou sobre o curso de cerâmica cantante que tem na Argentina. Gostaria de ir para lá participar no ano que vem”, conta José Augusto. Para isso, promoveu uma exposição de suas peças – panelas e vasos com inspiração na natureza, na amizade e na vida rural – para arrecadar verba para a viagem.
Outro morador de Cunha que se encantou com a cerâmica foi o jovem João Camargo, 17 anos, convidado para fazer um intercâmbio no Japão, na companhia do mestre japonês Masakazu Kusakabe, que esteve na cidade no ano passado para a construção do forno sem fumaça (Smokeless Kiln).
“A notícia foi impactante para mim. Comecei a pensar em como vou viver lá e já comecei a juntar dinheiro. Vai ser uma experiência totalmente diferente, pretendo aproveitar bastante”, afirma João Camargo, que passou a se interessar pela cerâmica ao ter contato com a família de Marcelo Tokai, proprietário de ateliê e presidente do ICCC.
Além de João e José Augusto, outros dois estudantes iniciaram cursos de graduação em Artes e outros participantes pensam em seguir a arte da cerâmica como ofício.
Programação
O projeto “Arte e Terra” tem como foco oferecer qualificação profissional para jovens que desejam desenvolver peças de cerâmica artística para decoração de interiores. O planejamento do curso contempla desde o embasamento histórico da arte em cerâmica até a execução e acabamento das peças.
Ao final da capacitação, as obras dos alunos são reunidas em uma exposição de arte, aberta a toda a comunidade. No segundo semestre, está prevista uma capacitação de professores da rede pública, que aprenderão os conceitos básicos da arte.