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segunda-feira 23 dezembro 2024
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Fé e Razão – Vencer à egolatria

É preciso esvaziar o próprio ego para viver em sintonia com os outros. Na sociedade escutamos expressões contrárias: cuide-se, seja você mesmo, aproveite a vida, seja o primeiro entre outras.

São expressões de uma vida centrada no próprio ego, ou, egolatria. Tal idolatria reside no próprio interior.
O coração humano é uma fábrica de ídolos; há ídolos internos que emergem e que desumanizam, pois rompem todo vínculo e quebram toda relação. O ego é um ídolo sutil.

Nosso ego exige culto, sacrifícios. Que nos coloquem num pedestal. Quando alguém se devota ao seu ego faz brotar o veneno do desprezo, do ódio, da violência , do autoritarismo etc.

Cada pessoa é chamada a renunciar a si mesmo como ídolo. Se tornam o centro fazendo que tudo gire em torno do próprio ego.

A partir da egolatria, vai se criando e alimentando outros ídolos externos, que minam as forças, matam a criatividade, e esvaziam todo espírito de solidariedade: a busca da riqueza, do poder, da fama entre outros. Tudo isso leva a um círculo de destruição de nós mesmos.

Fundamental esvaziar o ídolo de nosso ego. Renunciar ao ego não é renunciar o que temos de belo em nossa personalidade, uma liberdade com capacidade criativa, um espírito solidário, capacidade de relação gratuita.
Importante tirar o ego de seu recinto individualista. É preciso superar eliminar aquilo que não é vida, que não é felicidade. O ego é pura ilusão, é só ficção ou, como dizia Albert Einstein: uma ilusão ótica da consciência. Quando ele determina nossa vida, caímos no vazio, pois ele não tem em que se sustentar.

A renúncia à egolatria não é destruição de si mesmo; pelo contrário, é a oportunidade para deixar emergir do nosso eu original os recursos mais nobres, as potencialidades de vida que não tiveram chance de se expressar, as beatitudes mais profundas que dão sentido e sabor ao nosso viver.

Não se trata de massacrar uma dimensão de nosso ser para salvar outra; trata-se de descobrir uma falha na percepção de nós mesmos; ou seja, com frequência cremos ser aquilo que não somos e vivemos enganados.
Trata-se de nos libertar de tudo aquilo que nos ata ao caduco e nos impede elevar-nos à plenitude que nosso verdadeiro ser exige.

Este é o caminho de uma vida que busca a plenitude. Existe uma “mediocridade” em não querer ou renunciar viver em profundidade; perdeu o elán vital e por isso a capacidade de entusiasmar-se pela vida, de expandir-se. A vida não pode se pautar pela mediocridade do ego.

Prof. José Pereira da Silva