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segunda-feira 25 novembro 2024
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Fé e Razão – Resgatar Valores: encontro com a vida

A modernidade colocou o homem no centro da vida. Desde então, como uma pedra lançada no lago, formam-se, ao seu redor, círculos concêntricos, que se expandem até os limites das capacidades de cada um. O anel mais próximo e bem delineado, é formado pelas atrações do consumo. O consumo é algo tão limitado que não vai além das fronteiras físicas do homem; por isso, aposta em seus desejos materiais: competição, vigor, beleza, a eterna juventude, ambiente confortável etc.

Em uma esfera mais ampla temos as inquietações da mente e chega ao âmbito da inspiração, do conhecer e saber. Em um círculo bem mais amplo emergem os valores na direção do coração alheio: amor, perdão, compaixão, generosidade, solidariedade.

Por que será que as demandas físicas se sobressaem? E por que as do espírito, por exemplo, ficam em um plano indefinido, longe? São perguntas recorrentes.

A cultura ocidental se deleita com o herói que chega ao topo da montanha, que quebra recordes, que brilha sob holofotes entre outros. A natureza humana sempre perseguiu a mobilidade ascendente dos que “vencem” na vida. A ascensão pode ser efêmera, mas sublime é se tornar objeto de interesse, em vez de ser sujeito de compaixão.

A mobilidade horizontal, ao contrário, aquela que olha ao redor, que caminha em direção ao próximo, não conta! Inclusive porque o contado com o outro causa atrito, machuca. Daí a fuga. Compaixão é sofrer junto. Na sociedade moderna as pessoas fogem do sofrimento. Conhecer o outro é fundamental para crescer.

Ter compaixão é curtir o próximo do jeito que ele é e não utilizá-lo como trampolim para subir na vida. É preciso ter amor e compaixão.

A violência, que está fazendo parte de nosso cotidiano atualmente, nasce de uma falta total de consciência sobre o valor da vida humana e de seus valores essenciais.

Uma sociedade que banaliza tudo: a família, os costumes, a sexualidade, a pessoa, a vida. A consequência disto é a relativização da ética e, em nome da liberdade, tudo se justifica, pois o “ser humano tem o direito de fazer oque ele quer”, Na busca da felicidade, confundida com a satisfação dos desejos e a busca do prazer inconsequente, eliminam-se problemas e angústias.

Este hedonismo enfatiza o utilitarismo: só tem valor aquilo que constitui um bem para a maioria. Com isto, acaba prevalecendo a lei do mais forte e são desumanizados os seres humanos mais fracos.
Quantas pessoas no mundo caminham com um forte desejo no coração, sem medo das dificuldades, elevando-se acima da massa que rasteja na poeira sem ideais. O desejo enobrece o homem e a mulher. Falo do desejo de verdade, de amor, de justiça, de paz… de Deus. Neste caminhar, unem-se, em geral, angústia e alegria. Angústia pelo objeto ainda não alcançado; alegria pela esperança de abraça-lo, que constitui a força propulsora.

É um dinamismo contínuo, que pode ser desequilibrado se o primeiro elemento prevalecer, gerando pessimismo, insatisfação , desânimo.

Fundamental resgatar e revalorizar os valores essenciais da vida humana!

Prof. José Pereira da Silva