Reencontrar o centro da própria vida é um desafio constante de qualquer pessoa.É a busca do “torna-te quem tu és”. Desafio maior numa sociedade que vive uma crise de valores e paradigmas, de mudanças rápidas da modernidade à pós-modernidade.
A vida é um grande projeto infelizmente constantemente ameaçada. Diante de tal situação é preciso que a vida seja sempre ressignificada.
A ressignificação, reinvenção e refocalização da vida exige entre outras coisas exige atenção consciente ao cotidiano da nossa existência. A vida geralmente não decorre sempre sem obstáculos. A vida em certos momentos se fragmenta e é preciso retomar o fio condutor da existência. Ela tem como sempre continuidades e rupturas.
A vida humana tem unidade e totalidade. Reinventar e ressignificar a vida é abrir perspectivas de se abrir a verdade interior. É importante não viver a na margem de si ou da verdade sobre si. É olhar para nosso centro interior com suas luzes e sombras num ato terapêutico. É autopurificar a imagem que temos de nós mesmos. Perceber em si a desarmonia para poder ativar as possibilidades do processo de autocompreensão. É importante responsabilizar-se por um processo exigente porém gratificante. É uma atitude que serve como “machado” para “o mar congelado em nós” usando uma expressão do escritor Franz Kafka (1883-1924).
No processo de reinvenção da vida é importante valorizar a vida como ela é para se iniciar um processo de transformação real e efetivo. Valorizar as próprias tentativas de mudança procurando superar os medos interiores.
É abrir perspectivas que tragam harmonia e paz interior. É reconfigurar a vida para saber lidar melhor com ela. Também é importante trabalhar a memória dos sentimentos como dizia Melanie Klein (1882-1960).
Muitas pessoas evitam acessar sua subjetividade por medo de se conhecer de forma autêntica.
É isso exige mudança de atitudes e valores. Discernir e depurar as vozes internas que nos habitam.
A solução nem sempre está fora e sim dentro de nós. Encarar o próprio não saber sobre nós mesmos. Muitas pessoas evitam acessar sua subjetividade por medo de se conhecerem. É todo um processo de redefinir a vida de forma mais autêntica possível. Encarar as próprias verdades e construir consciência. A pessoa paulatinamente ir tendo a propriedade da própria vida. É abraçar novas alternativas no projeto existencial pois nosso desejo é infinito. O desejo voltado para a exterioridade deve se converter no desejo voltado para a interioridade. Estamos diante de um grande desafio. A vida no processo de reinvenção vai questionando quem você realmente é.
Prof. José Pereira da Silva
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