A Páscoa é um tempo em que aprofundamos sobre o mistério da redenção realizado por Jesus Cristo. Alegramo-nos pelo dom que o Pai faz ao mundo de nova vida em Cristo. A Páscoa é um tempo espiritualmente muito rico. O ápice da fé cristã é a ressurreição de Jesus Cristo.
A Páscoa é a mais antiga e maior das festas cristãs; mais importante inclusive do que o Natal. Celebramos a Ressurreição de Jesus Cristo. Acontecimento histórico e mistério que toca a nossa vida aqui e agora. Esse mistério é uma boa nova para o mundo, faz-se necessário dar testemunho dele e proclamá-lo. São Paulo nos lembra: “Os que pelo batismo fomos incorporados a Cristo, fomos incorporados à sua morte. Pelo batismo fomos sepultados com ele na morte, para que, assim como Cristo foi despertado de entre os mortos pela glória do Pai, assim também nós caminhemos numa nova vida” ( Rm 6, 3-11).
Não basta recordar o mistério ou celebrá-lo, devemos também mostra-lo com nossa vida. Ressuscitados com Cristo, nossa vida deverá manifestar a mudança que se realizou. A ressurreição de Cristo foi novo começo para a humanidade. A renovação é a graça especial da Páscoa: “Assim como Cristo foi despertado de entre os mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em vida nova” ( Rm 6, 4).
Celebrar a Páscoa é entrar numa vida nova em Cristo. Deus se encarna e habita entre nós, passa pela paixão, vence os males e se faz solidário com aqueles que sofrem, vence as trevas da noite escura e ressuscita.
A morte é enfrentada por Jesus, que , morrendo na cruz, a incorpora como uma dimensão da existência humana. Ao vencer a morte pela ressurreição, torna possível esse mesmo caminho para toda a humanidade.
O mistério pascal, mistério da passagem ( Páscoa na linguagem bíblica) da vida para a morte e da morte para a ressurreição.
O ser humano vive seu arranjo existencial tranquilo. \eis que irrompe a crise e tudo se abala. Purifica-se, madura e cria outra ordem vital. A pessoa não foi criada para conhecer um fim total na morte mas para se transfigurar através da morte. É ressurreição. Ela não significa a reanimação de um cadáver e nem reencarnação mas a transfiguração completa do ser humano em comunhão com Deus. É como ensinou Jesus: “ Se o grão de trigo, caindo na terra não morrer, ficará só, mas se morrer, produzirá fruto”.
Sem a ressurreição de Cristo a fé ficaria sem seus fundamentos. Cristo ressuscitou como o primeiro, como expressão máxima de uma nova criação (1 Cor 15,20). A morte é destruída como “último inimigo” (1 Cor 15, 26), e com as palavras dos profetas Isaías 25, 8 e Oséias 13,14. Paulo nos diz: “ A morte foi tragada na vitória. Ó morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está o teu aguilhão?” ( 1 Cor 15,55). E no Apocalipse 1, 17-18 está escrito: “Eu sou o primeiro e o último, o que vive; estive morto, eis que estou vivo pelos séculos dos século, e tenho as chaves da morte e do Hades.
A ressurreição é uma força que não vem de nós, mas de Deus ( 2 Cor 4,7). Ela pode ser sentida e experimentada nesta vida.
Os poderes e as forças do mal e da morte ainda mantem esse mundo em suspense, mas eles não são capazes de separar-nos do poder de Deus.
Essa é a esperança: “ estar com Cristo” até mesmo na morte (Fl 1, 23-24; 1 Ts 4, 17; 2 Cor 5, 8), “viver com eles” ( 1 Ts 5, 10) e poder ver Deus “face a face” ( 1 Cor 13, 12; 1 Jo 3,2). “Na verdade o Cristo Ressuscitou, aleluia! A ele, o poder e a glória pelos séculos eternos”.
Prof. José Pereira da Silva