“Eis o dia que o Senhor fez. Exultemos nele, aleluia”. E o dia mais alegre do ano porque “o Senhor da vida estava morto; agora vive e triunfa”. SE não tivesse Jesus Ressuscitado, vã teria sido sua Encarnação, e sua morte não teria dado vida aos homens. “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé”( 1 Cor 15,17), exclama São Paulo. Quem , de fato, pode crer e esperar em um morto? Mas Cristo não é um morto, é um vivo. “Procurais Jesus Nazareno, o crucificado – disse o Anjo às mulheres. Ressuscitou, não está aqui” (Mc 16,6).
A ressurreição do Senhor, a sua passagem da morte para a vida, deve espelhar-se na ressurreição dos fiéis que se vai consumando pela passagem cada vez mais radical das fraquezas do velho homem para a vida nova em Cristo. E esta ressurreição tem por resultado mais profundas aspirações pelas coisas do céu. “Se ressuscitastes com o Cristo – diz o
Apóstolo – procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus; pensai as coisas do alto, não nas da terra” (Cl 3,1-2). Ó Cristo ressuscitado, convosco também nós devemos ressuscitar.
A proposta de Jesus é um projeto de vida e de sociedade renovada. Um projeto que alcança toda a sua luminosidade na Páscoa – a festa da luz e da vida, e que se estende até Pentecostes – a festa da efusão do Espírito Santo.
Precisamos manter-nos fiéis a ele para vê-lo ressuscitado. Então , compreendemos que é preciso vê-lo vivo na criança que nasce, no sol que amanhece o dia, no irmão que precisa de nós, na missão que está à nossa frente. “Em verdade, eu vos digo que todas às vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25,40).
É preciso escutar sua Palavra, fazer memória de sua entrega por nós é, sobretudo, agir com seu coração nos gestos de partilha e de amor que nos são propostos.
Nossa compreensão custa a olhar as situações com os olhos de Deus; estamos sempre pedindo graças, mas, na maioria das vezes, não sabemos pedir. Ficamos presos aos nossos pequenos desejos e não deixamos que a ressurreição também aconteça no dia-a-dia de nossas vidas. Nossas perdas sempre nos fazem ressuscitar para situações novas, mas gostamos de apegar-nos às coisas velhas, aos túmulos vazios.
Abrindo-nos ao plano de Deus, ressuscitaremos também nós a cada dia, e sentimos, verdadeiramente, a presença de Jesus ressuscitado em nossas vidas.
Seremos testemunhas autênticas da ressurreição de Cristo se escutarmos e vivermos o que Jesus fez e anunciou antes de sua morte. Jesus anunciou especialmente essa boa-nova aos pobres e marginalizados. São eles seus destinatários e agentes privilegiados.
Páscoa de Jesus: a vida ressurge como um valor de alcance universal , que supera todas as barreiras que limitam, destroem e mutilam a vida. Promover a vida.
Só a ressurreição de Jesus pode dar sentido à vida. Sem ela, vã é a nossa fé. Com a fé na ressurreição tudo ganha sentido: o compromisso na luta por um mundo mais justo e mais humano e o serviço aos pobres, aos necessitados, aos crucificados e sepultados de hoje. Com Cristo ressuscitado renasce a esperança em uma vida nova, A fé no Ressuscitado nos leva ao testemunho constante de fazer o que Jesus fez: o bem.
Prof. José Pereira da Silva