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segunda-feira 23 dezembro 2024
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Fé e Razão – Oração e Tempo

A escuta de Deus é tão séria como o trabalho, e portanto não se podem dedicar à oração apenas retalhos de tempo; ela necessita de tempos fortes, de tempos preciosos, que devem ter a precedência sobre o resto. Um sacrifício inteiramente consumado por Deus e possível a todos é precisamente a oferta de Deus do tempo, o bem mais precioso possuído pelo homem sobre a Terra.
A oração é a obra mais difícil e árdua, a tarefa nunca terminada pelo homem, aquele que o acompanha até a morte, A Escritura testemunha que orar é uma luta (Êx 17,8-16; Gn 32,23-33).
Parece quase uma loucura, na civilização do burburinho e das imagens, viver a atitude de quem se abre a discernir uma Presença silenciosa e invisível , e todavia capaz de perscrutar os sentimentos e os pensamento do coração (Hb 4,12).
O cristão, se quer ser e dizer-s realmente tal, deve opor-s determinadamente à ideologia alienante do trabalho e da produtividade, deve empenhar-se em encontrar o tempo para escutar Deus e dialogar com Ele.
A dificuldade mais freqüente com que se embate a propósito da oração é da resumida falta de tempo.
No entanto, é preciso denunciar que a falta de tempo é quase sempre um álibi, uma má desculpa. É verdade que encontramos sempre tempo para aquilo que realmente nos interessa.
O aspecto da disciplina do tempo não é, portanto, marginal, mas central para a oração. Sm a escolha de um ritmo e de tempos próprios não é possível orar: é preciso dar-se tempos pré-fixados e ser-lhes fiel. A oração é o alimento cotidiano para a vida no Espírito.

Por José Pereira da Silvaprofessor de História