Setembro é chamado “mês amarelo” em todo o mundo e marca campanhas para conscientização e prevenção ao suicídio, um tema fundamental que precisa de orientação qualificada. Pois incerteza, solidão, angústia, medo são sentimentos que podem ser potencializados e são sinais de alerta para a necessidade de cuidados com saúde mental.
O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a importância da prevenção ao suicídio com o objetivo de alertar a população sobre a realidade do suicídio no mundo e suas formas de prevenção. Campanha importante para dar visibilidade maior para uma questão de saúde pública que ocorre durante todo o ano.
É preciso estar atento para os sinais de que alguém pode estar com depressão ou tendo um pensamento suicida e de que forma abordar para ajudar. Jamais acreditem que a depressão pode ser curada em casa, e que, com o tempo, o indivíduo irá se equilibrar. O equilíbrio bioquímico do cérebro só será controlado com a assistência médica necessária, contanto, ainda, com a colaboração do paciente na reação.
São em torno de 800 mil suicídios no mundo, o que significa um suicídio a cada 40 segundos e uma tentativa a cada três. No Brasil, os números giram em torno de 12 mil mortes por ano, sendo um suicídio a cada 45 minutos. Nesse mesmo período acontece cerca de 10 a 20 tentativas de suicídios.
O suicídio pode advir de causas como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas, que podem ter ou não relação com dificuldades financeiras e/ou emocionais.
O suicídio consiste na intenção de matar a si mesmo, sendo que perturbações mentais como depressão, a ansiedade, a bipolaridade, a esquizofrenia, experiências traumáticas, Bullying, transtornos de personalidade, desemprego, isolamento social ou solidão, dor crônica, a síndrome do pânico ou o abuso do álcool e/ou drogas podem ser os principais fatores de risco.
É estimado que 90% dos suicídios podem ser evitados.
Ao contrário do que se fala, o suicida expressa, sim, sua vontade de morrer.Isso pode acontecer em conversas ou publicações em redes sociais.
Não há uma receita para detectar de forma segura quando o indivíduo está em sofrimento, porém as pessoas dão sinais que podem chamar atenção de familiares e amigos. Deve-se prestar atenção em episódios de falta de esperança, falta de perspectiva da própria vida e de suas atitudes, alterações de humor e sono, isolamento e dizeres como “vou desaparecer”, “queria dormir e nunca mais acordar” e outros dizeres que tenham a mesma linha de pensamento.
A pessoa que convive com um indivíduo diagnosticado com depressão necessita também de um acompanhamento psicológico. Pois vive-se uma demanda emocional grande e, para administrar e poder ajudar verdadeiramente quem está adoecido, é necessário um equilíbrio emocional.
Sobre a abordagem a pessoa que está em sofrimento psíquico e imagina-se a possibilidade de suicídio, é importante ter, principalmente, empatia e respeito. A forma de abordagem varia de acordo com o vínculo afetivo que se tem com a pessoa adoecida.
É importante promover estratégias de prevenção ao suicídio, pois é possível evitá-lo.O suicídio é premeditado e os sinais de alerta, por vezes, são visíveis. A tendência é que a família tenha um sentimento de culpa por não ter percebido que a pessoa estava doente. Muitas vezes estas pessoas dão sinais nas redes sociais, com conteúdo de desvalia, mas quem está ao redor não percebe. Tratar a família que passa por essa situação é dar oportunidade de demonstrar como ela se sente, através de escuta, acolhimento, criando redes de apoio e buscando as vulnerabilidades.
Existe 4 passos básicos para ajudar uma pessoa sob risco de suicídio:
a) Converse: Ouça a pessoa com mente aberta e sem julgamentos. Você pode indicar a linha sigilosa para apoio emocional 188 (CVV).
b) Acompanhe: Fique em contato para acompanhar como a pessoa está se sentindo e o que está fazendo.
c) Busque ajuda profissional: Incentive a pessoa a procurar ajuda de um profissional de saúde mental (psiquiatra, psicólogo etc).
d) Proteja: Se há perigo imediato, não a deixe sozinha e assegure-se de que a pessoa não tenha acesso a meios para provocar a própria morte ( pesticidas, armas de fogo, medicamentos etc ).
Alguém em situação de risco de cometer suicídio precisa contar com fontes de apoio: família, amigos, colegas, clérigos, centros de crise, profissionais de saúde. No Brasil existe um serviço gratuito de apoio às pessoas que intencionam cometer suicídio é o Centro de Valorização da Vida (CVV). Tal serviço garante sigilo e anonimato para as pessoas que procuram atendimento. Ligação gratuita:os voluntários do CVV atendem pelos números 188 ou 141 ( nos estados Bahia, Maranhão , Pará e Paraná). Pela internet: pelo chat que se encontra no site: Https://www.cvv.org/br/. Atendimento presencial, através do link https: www.cvv.org.br/postos-de-atendimento é possível buscar os endereços e telefones dos locais por estado e cidade. Existe os Caps ( Centro de atenção psicossocial) que é um serviço de saúde mental à disposição do cidadão que necessite. Também Unidades Básicas de Saúde, SAMU (192), UPA 24h, Pronto Socorro e hospitais.
Podemos perceber que o suicídio é um fenômeno complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais . As pessoas que intencionam cometer suicídio devem receber ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Mas o suicídio pode ser prevenido!
Prof. José Pereira da Silva