O ser humano conquistou vários tipos de avanços tecnológicos. O campo do entretenimento ampliou-se, os meios de comunicação aprimoraram-se, as possibilidades em vários setores são cada vez maiores.
O vazio, a solidão, a depressão, os suicídios acabaram? Conseguiu-se eliminar o ódio, a ganância, os conflitos de diversas ordens? O que tudo indica tudo isso permanece.
Num tempo de grandes velocidades, de sempre novos avanços tecnológicos, de descobertas em várias áreas conhecimento temos o desafio de pararmos e redescobrirmos na originalidade enquanto seres humanos. Redescobrir o que nos torna humanos, o que nos humaniza. É uma garimpagem existencial.
Cada pessoa em sua trajetória existencial encontra placas de felicidade. Percebe-se que nem todas são verdadeiras e no final acabam por levar a desilusão.
As diversas placas indicam de forma não correta o seguinte: você será feliz se possuir mais dinheiro, poder, sucesso e fama. Se você for mais admirado, mais jovem. Você será mais feliz se os outros forem diferentes, ou seja, como pensa que devem ser. Se o trabalho, negócios, relacionamentos foram como pensa que deve ser será feliz.
Tudo isso leva a insatisfação e traz uma ilusão de felicidade. Não são felizes porque pensam e sentem da seguinte forma : não ter o que desejariam ter, não ser como desejariam ser, os outros não são como elas gostariam que fossem. Muitas pessoas vão assim pagando em prestações a infelicidade.
Podemos nos fazer felizes a nós mesmos? Somos limitados e imperfeitos. Nunca teremos tudo o que almejamos. O pode nos tornar felizes é somente algo perfeito. A felicidade não pode vir de algo imperfeito.
A felicidade só pode vir de Deus pois Ele é perfeito. A felicidade e a paz se encontram somente em Deus de forma plena. Santo Agostinho de Hipona (354-430) dizia que: “o nosso coração está inquieto enquanto não descansa em Deus” (Confissões, c.10).
Muitos em nossa sociedade perderam a noção do homem e de Deus e da ligação entre ambos. Deus é a nascente da vida. O ser humano é imagem de Deus, presença humana Dele. Nele respeitamos e amamos a Deus ou ao contrário onde ofendemos e desrespeitamos a Deus.
O ser humano existe para viver em Deus e só assim será feliz.
Somos chamados a voltarmos à originalidade enquanto pessoas. A sociedade gera muitas vezes muita alienação a respeito do ser humano na sua originalidade. O ser humano não se realiza apenas nos projetos de riqueza, poder, sucesso e fama.
Toda pessoa está munida das potencialidades para se dar bem em seu projeto humano. É preciso ter a consciência da grandeza do ser humano criado por Deus. O ser humano não pode aviltar a sua dignidade.
A sua dignidade também significa promover tudo o que é bom e positivo para as pessoas e o mundo.
Muitas vezes a pessoa é desvirtuada em sua humanidade e para voltar a Deus é fundamental voltar a ser o que sempre fomos: humanos. Um caminho para felicidade está em humanizar-se
Prof. José Pereira da Silva