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quarta-feira 8 janeiro 2025
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Fé e Razão – Ética: sua falta corrói e arruína os valores da sociedade

É inegável que a população mundial está passando por um momento de crise existencial. Uma rápida olhada nos jornais e outros meios de comunicação é o suficiente para constatar o que para muitos é óbvio: a cada dia há um sem número de reportagens denunciando ou mostrando a falta de ética e a perda de valores morais na sociedade.
Da corrupção na esfera pública à falta de respeito às leis de trânsito; da superficialidade nos relacionamentos humanos à manipulação de informação para justificar a invasão a um território inimigo, os exemplos são vastos e, infelizmente, contundentes.

Segundo alguns especialistas o motivo para tal cenários desastrosos estaria na falta de um conceito universal para o que é ética, o que coloca em dúvida as suas possibilidades, estimulando sua fragmentação para diferentes segmentos.

Haveria uma ética empresarial, uma política, médica entre outras. Muitas vezes essa pluralidade reduz o conceito de ética. É uma discussão antiga desde ao filósofos da Grécia Antiga até os tempos atuais, tendo uma reviravolta com Immanuel Kant (1724-1804).

O tema da ética diz respeito a todas as pessoas e a sociedade de forma geral.
Qualquer pessoa com senso ético não se sente bem numa sociedade que viola os valores humanos básicos. Toda prática contra o bem gera na sociedade efeitos deletérios.

A ética é abrangente em sua temática: bioética, ecologia, educação, cidadania, meios de comunicação etc. A ética está entre a necessidade de agir e a natureza racional do ser humano. Ela busca a verdade, bondade e beleza. De tal forma que o ser humano por mais que se perverta jamais pode eliminar o bem que existe na essência de seu ser. O ser humano foi criado pelo Eterno e Infinito Bem portanto só pode realizar-se verdadeiramente na prática e vivência do bem.

As marcas de Deus no coração humano provoca aquela inquietude da qual nos fala Santo Agostinho: “És tu que fazes com que ele se delicie em louvar-te, porque Tu nos fizeste para ti, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em t” (Confissões, I, 1,1).

O percurso da vida humana é marcada por acertos e erros, caminhos e descaminhos, bondade e maldade. Como viver e agir diante desses dilemas? O senso ético gera discernimento diante desses contextos ambíguos. Para tanto se cria normas éticas que busca consensos, clareza e juízos acertados.

Nossa cultura está marcada pelo individualismo que gera perversidade e que necessidade um trabalho de solidariedade e de respeito para com as pessoas. Gerar uma ética diferente, uma ética do cuidado.
Uma ética que conduza as pessoas e a sociedade ao seu bem, melhor convivência e felicidade. Esse caminho não e sem dificuldades.

É fundamental que a cultura de uma sociedade assimile os valores éticos e os coloque em prática. Existe uma unanimidade em relação ao desejo humano de felicidade o mesmo não corre em relação ao como consegui-la. Como dizia Blaise Pascal: “Todos os homens procuram ser felizes, sem exceções…”. É preciso um princípio ético de vida. A ética passa pela concepção do ser humano que se adota.

A vivência de uma ética da vida facilita a descoberta da felicidade. Não há ética, se a vida humana não constitui uma valor fundamental, valorizada da concepção ao fim natural.
O comportamento de cada pessoa deve ajudar à convivência humana. A falta de ética nas esferas pessoal e pública corroem os valores da sociedade e arruínam-na. O cuidado de si e dos outros é fundamental para o desenvolvimento e vivência de uma ética.

Prof. José Pereira da Silva