A pessoa em sofrimento está sempre muito vulnerável, devemos nos aproximar dela com muito respeito. Exige-se muita maestria técnica e humana, o centro no caso deve ser sempre a pessoa que sofre e aqueles que para ela tem mais significado.
A abordagem deve ser integral pois há uma unidade corpórea, psicológica e espiritual. Portanto o tratamento deve ser integral e também o enfoque.
A importância da espiritualidade na saúde é um dado confirmado pela experiência e por muitas pesquisas científicas. A experiência do limite humano exige uma dada abordagem espiritual. É preciso ajudar os mais vulneráveis.
A enfermidade coloca a pessoa em dependência dos outros, a fragilidade e o confronto com as limitações impostas pela doença, o papel da família, dos amigos e dos profissionais da saúde. Uma espiritualidade que de conta das inquietações do momento da enfermidade.
É cuidar do outro de forma humana e autêntica interpela uma atitude ética.
É evidente a relevância da dimensão espiritual no acompanhamento das pessoas enfermas e a dimensão verdadeiramente integral do cuidado.
A dimensão tentacular da fragilidade faz parte da condição humana. A fragilidade existe em todas as realizações humanas. Porém essa fragilidade humana deve criar laços de solidariedade e de cuidado. A relação de cuidado nos abre e nos conduz ao outro.
A doença faz parte da peregrinação terrestre do ser humano porém devemos reconhecer nela algo carregado de significados. É um convite ao aprofundamento sobre o sentido da vida. A redimensionar os problemas pessoais e reencontrar a humildade e simplicidade.
O doente jamais deve ser abandonado no sofrimento e solidão. É importante crescer na espiritualidade e educar-se para a relação com quem sofre.
A abordagem integral deve promover o serviço integral da pessoa e a colaboração interdisciplinar. Na visão clássica doa antigos, o conceito therapeía indica assistir, estar próximo, cuidar, enfim colocar-se a serviço.
O conceito de saúde, para além do físico-biológico, nos leva ao sentido de integridade, e, enfim, de plenitude do ser humano. É preciso diante do enfermo um cuidado holístico e uma acolhida incondicional.
A discussão sobre a relação fé-espiritualidade-doença-cura e saúde tem progredido bastante.
A espiritualidade é um convite no cuidado do ser humano com a ciência, ternura e ética, o que constitui um grande desafio. Existe os perigos e os limites da indiferença e a tecnologização do cuidar. Jamais devemos esquecer que o cuidar deve se tornar sempre um imperativo espiritual e ético.
Prof. José Pereira da Silva
